Nota 10

Augusto Leite parte para a sua primeira exposição internacional, e fará mostra sentimental em Belém

A exposição em Belém, o artista a tem como duplamente sentimental, porque pela primeira vez mostrará seus trabalhos na terra em que nasceu, e o evento marcará os 25 anos de formatura da sua turma de medicina formada pela UFPA, em 1992.


Doutor Augusto Leite é o médico psiquiatra bastante conhecido em Macapá. Ele se formou em Belém do Pará, mas optou exercer a profissão no estado extremo norte do país, na Amazônia Oriental.

Augusto Leite é um dedicado à medicina psiquiátrica, mas tem na alma o espírito de artista, tanto que é um grande pintor de arte plástica, dominando várias técnicas no segmento, principalmente óleo sobre tela.
Além de exímio construtor de telas, o doutor também é poeta, escultor e excelente contador de ‘causos’, notadamente sobre estórias ribeirinhas do caboclo amazônico.

Augusto, nos seus longos anos de médico, conviveu e ainda convive com os homens dos rios e florestas amazônicos, sem falar no imaginário que povoa a sua mente adquirido nas inúmeras viagens por vários países do mundo, sempre interagindo com a cultura de onde passa, sendo um verdadeiro ‘rato de museu’

Numa de suas viagens, de passagem pelo Uruguai, conta que ao visitar a ‘Casa Pueblo’, cruzou com o famoso pintor Carlos Paez Vilaró, amigo e contemporâneo do fenomenal Pablo Picasso, e fundador do local, hoje um hotel 5 estrelas e seu ateliê.

Encantado com o encontro, apresentou-se a Vilaró, idenficando-se como um artista plástico amazônico. O uruguaio, ao saber que estava diante de um pintor paraense, da cidade de Belém, convidou-o para ir ao seu ateliê, onde lhe mostrou os desenhos originais de um troféu por ele criado que naquela mesma tarde seria oferecido ao vencedor do jogo de futebol que se realizava na capital paraense, entre Brasil e Argentina.

Na mesma ocasião, Carlos Paez Vilaró ofertou a Augusto um dos desenhos originais da taça que ainda hoje o médico e artista ostenta na sala de sua residência com todo orgulho e carinho. “Sabe quem ganhou o jogo? O  Brasil”, festeja Augusto Leite com o seu indefectível sorriso largo.

Trabalhando intensamente no ateliê em sua residência, diga-se, um verdadeiro museu particular, Augusto ultima obras para expor nos seus dois últimos compromisso do corrente ano – exposição no encontro afroamazônico na Guiana Francesa, em Caiena, dias 26, 27, 28 e 29 próximos, e em Belém, na Estação das Docas, em 16, 17 e 18 de novembro.

Sobre a mostra em Caiena, Augusto diz que é grande a expectativa de sua primeira exposição internacional. Já a exposição em Belém, o artista a tem como duplamente sentimental, porque pela primeira vez mostrará seus trabalhos na terra em que nasceu, e o evento marcará os 25 anos de formatura da sua turma de medicina formada pela UFPA, em 1992.

Augusto Leite, antes de sua descoberta pelo consagrado artista Wagner Ribeiro, da Galeria Samaúma, e o também não menos conhecido pintor Miguel Arcanjo, trabalhava na arte apenas por hobby, mas de lá pra cá já contabiliza mais de 17 exposições entre individuais e coletivas. Ele também é envolvido em várias causas sociais. Como médico psiquiatra voluntário do Ijoma, neste Outubro Rosa, coordena o leilão de venda de uma obra de arte da famosa artista plástica Naza McFarren, doado por ela, para levantamento de fundos em prol da campanha.

No mês passado, Augusto Leite esteve à frente da campanha Setembro Amarelo contra o Suicídio, no Amapá, representando a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, e movimentando todos os segmentos locais em torno da discussão desse fenômeno.


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