Ex-diretor da Câmara reforça suspeitas sobre Cunha, diz Janot
Documento serviria para pressionar empresário; defesa diz que não há prova.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerou que informações prestadas num depoimento de um ex-diretor de informática da Câmara à Operação Lava Jato “reforçam as suspeitas” sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no esquema de corrupção da Petrobras.
A afirmação consta de documento disponibilizado, que descreve uma coleta de dados realizada na Câmara nesta semana como parte das investigações sobre o deputado.
A diligência contém depoimento de Luiz Antonio Souza da Eira, servidor demitido por ordem de Cunha após a revelação de dados de requerimentos da Câmara supostamente usados por ele para pressionar um empresário a pagar propina ao PMDB.
“As informações prestadas por Luiz Antonio Souza da Eira, a seu turno, reforçam as suspeitas de que os arquivos foram de autoria do deputado federal Eduardo Cunha e apenas inseridos no Sileg [Sistema de Informações Legislativas da Câmara] pela então deputada federal Solange Almeida”, afirmou o PGR.
No depoimento dado a três procuradores e um delegado da Polícia Federal no dia 28 de abril, Eira confirmou que dois requerimentos apresentados em 2011 pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), atual prefeita de Rio Bonito (RJ), tiveram seus arquivos eletrônicos originais criados a partir de uma “senha pessoal e intransferível” em nome do usuário “Dep. Eduardo Cunha”.
O servidor, diz, porém, que cabe à deputada explicar por qual motivo consta o nome do deputado no documento, posteriormente apresentado por ela na Câmara.
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