Morre Ruy Guarany, decano do jornalismo amapaense
Observador atento, analista sagaz e de uma elegância de estilo, Ruy se diferenciava da maioria dos colegas jornalistas, por não ofender nem elogiar gratuitamente quem quer que fosse.
Morreu por volta das 17h desta terça-feira, 7, em São José dos Campos (SP), o decano do jornalismo amapaense, Ruy Guarany Neves, aos 88 anos de idade, deixando a esposa professora Maria Regina Smith Neves, 82, seis filhos academicamente formados, um grande legado às letras do estado e imensa saudade nos profissionais que o acompanharam em sua trajetória de articulista, primeiramente no Jornal do Dia e, depois, por mais de 20 anos, no Diário Amapá. A família ainda não definiu quando ocorrerá o traslado do corpo para o sepultamento em Macapá.
Ruy Guarany, como ele era conhecido no jornalismo, lutava contra câncer de próstata. Submetido aos rigorosos tratamentos que a doença requer, nos últimos dias baixara à CTI do Hospital de São José dos Campos, vindo a falecer sob o dignóstico médico de ‘falência múltipla dos órgãos’.
A notícia do passamento chegou ao Diário do Amapá através de um dos filhos do jornalista, o engenheiro Ruy Smith, político do PSB, que foi deputado estaddual, secretário de transportes e chegou a disputar eleição para a Prefeitura Municipal de Macapá.
Ruy informou que fez questão de falar sobre a morte do pai, considerando o carinho que o Sistema Diário do Amapá sempre lhe deu, não só abrindo-lhe espaço para os seus escritos, mas tendo com ele uma respeitosa relação de amizade.
“Papai amava esse negócio de escrever. Todo dia ele fazia isso, e se orgulhava de ter os seus assuntos publicados no Jornal Diário do Amapá e na Revista Diário”, testemunhou Ruy, um dos seis filhos do casal Ruy e Regina. Os outros filhos são os seguintes: Sandra (psicóloga), Ana Célia (médica cardiologista), Socorro (pedagoga), Paulo (matemático) e Fernando (bacharel em direito).
Ruy Guarany Neves foi um jornalista com milhares de artigos e crônicas publicados, funcionário público aposentado, natural de Clevelândia do Norte, município de Oiapoque. Nasceu no dia 3 de agosto de 1930. Publicou as obras O Homem da Fronteira (crônicas e histórias, 2005) e A Missão de Comunicar (Scortecci, 2015).
Da mesma geração de seu parente e conterrâneo Hélio Guarany de Souza Pennafort (1938-2001), também jornalista e “estoriador” dos caboclos do Amapá, Ruy Guarany, em seus artigos, analisava não apenas os fatos políticos locais, mas fazia a contextualização com a intrincada política nacional.
Observador atento, analista sagaz e de uma ímpar elegância de estilo, Ruy se diferenciava da maioria dos colegas jornalistas, por não ofender nem elogiar gratuitamente quem quer que fosse.
A atuação de Ruy sempre teve o respeito dos leitores e dos políticos pelo conteúdo substancial das análises que ele habilmente traçava dos acontecimentos marcantes.
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