Nota 10

Mudança da Imagem de São José polariza programa de rádio

A nova imagem está sendo esculpida pelo renomado artista plástico piauiense Lindomar Plácido, e contará com uma estrutura em concreto de aproximadamente 3,15m de altura, de frente De acordo com Lindomar, a estátua ficará pronta em aproximadamente 30 dias. A Pedra do Guindaste também será revitalizada.


Um estátua do Santo Padroeiro de Macapá está sendo esculpida com mais de três metros de altura, apresentando detalhes de acordo com a iconografia católica; a atual escultura receberá características das imagens tradicionais do Santo, com o Filho Jesus e os lírios, e deverá ser colocada em frente à Fortaleza de São José de Macapá.

O artista plástico Lindomar Plácido da Costa se encontra em Macapá fazendo a escultura que sobre a Pedra do Guindaste, no rio Amazonas, em frente à cidade, substituirá a atual Imagem de São José. A obra terá mais de três metros de altura, composta pela figura do Santo Padroeiro, tendo o Menino Jesus no colo esquerdo, abençoando a urbe, e um ramo de lírios na mão direita, de frente para a capital, não de costas, como a atual.

A nova imagem está sendo esculpida pelo renomado artista plástico piauiense Lindomar Plácido, e contará com uma estrutura em concreto de aproximadamente 3,15m de altura, de frente De acordo com Lindomar, a estátua ficará pronta em aproximadamente 30 dias. A Pedra do Guindaste também será revitalizada. A estrutura atual, de bloco de concreto, será substituída por pedras lateritas, no mesmo modelo da formação rochosa natural que abrigava o Santo, mas que foi destruída pelo abalroamento de uma embarcação.

A atual estátua receberá, também por meio de Lindomar Plácido, características das imagens tradicionais do Santo, com o Filho Jesus e os lírios, e deverá ser colocada em frente à Fortaleza de São José de Macapá. Para isso, a Diocese, Acia e governo do estado estão em démarches com o Iphan, uma vez que a cidadela é um Patrimônio Histórico.

O assunto polarizou o programa LuizMeloEntrevista (Rádio Diário FM-90,9) na manhã desta quarta-feira, 8, envolvendo o secretário estadual das cidades, Alcir Matos; o historiador Nilson Montoril; o secretário municipal de assuntos extraordinários, Evandro Milhomen; e o jornalista Douglas Lima.

Alcir Matos disse que soube do assunto, através do presidente da Acia, Altair Pereira, pedindo apoio institucional do governo do estado para a mudança da atual estátua de São José. O secretário das cidades acentuou que o governador Waldez Góes é simpático à ideia, porém defende que a respeito dela deva haver uma ampla consulta popular. O titular da pasta das cidades opinou que caso venha haver a mudança e a atual imagem, renovada, não vá para a Fortaleza de São José, que venha a ocupar algum importante espaço católico de Macapá.

Nilson Montoril observou que não faz diferença se uma estátua tenha um palmo ou um metro, pois a fé é a mesma. Ele qualificou a discussão como estéril, mas implicitamente corroborou com a ideia, desde que a Imagem fique de frente para o rio Amazonas, de costas para a capital amapaense, por ser praxe esculturas ficarem de frente para os rios ou para os mares.
O secretário Evandro Milhomen acatou a opinião do historiador, lembrando que quando a Igreja Católica em Macapá tinha a formação de Prelazia, ocorreu discussão idêntica à de hoje. “Vejo que não há prejuízo em colocar uma estátua mais alta e mais bonita, porém discorda a respeito da posição de frente para a cidade.

O jornalista Douglas Lima, por sua vez, defendeu a mudança da atual Imagem de São José, bem como a posição. Segundo ele, uma estátua com mais de três metros de altura dá maior visibilidade à frente de Macapá, inclusive turisticamente, e que quanto à posição, Nossa Senhora de Assunção fica de frente para Fortaleza (CE), a Estátua da Liberdade fica de costas para Manhattan, porém de frente para o Brooklyn, e ainda que o Cristo Redentor, de braços abertos, dá a impressão de abraçar a cidade do Rio de Janeiro.

Lembranças
A Antiga Pedra do Guindaste era um aglomerado de rochas em frente à Macapá ao lado do trapiche Eliezer Levy, cerca de trezentos da margem do rio Amazonas. O blog de João Lázaro regfistra que “no século passado a Pedra do Guindaste teve como finalidade servir de alvo aos exercícios de tiro dos soldados, ao lado norte da Fortaleza de São José de Macapá.

A pedra original foi derrubada pela colisão de um barco. Em seu lugar, construído um bloco de concreto e sobre ele foi colocada uma imagem de São José – Padroeiro de Macapá”.

O bloco também registra que “existem muitas lendas em torno da Pedra do Guindaste, que ao longo dos tempos vêm servindo de inspiração a muitos poetas e pintores regionais”.

Uma das lendas é contada pelos moradores da antiga Rua da Praia e Igarapé das Mulheres, afirmando existir uma cobra grande de dimensões não calculadas que, na maré de reponta, ou quando a água do rio não está na cheia nem na vazante, sai debaixo da pedra para tomar água, não chegando, contudo, a cobrir a pedra. Se por ventura alguma autoridade tiver a infelicidade de mandar retirar a pedra do rio, a água do Amazonas subirá tanto que Macapá toda irá para o fundo.

A primeira Imagem de São José, antes do acidente, foi obra do arquiteto português Antonio Pereira da Costa, que também fez os Leões do antigo Fórum; o busto de Tiradentes, no QG da Polícia Militar; e a estátua de Cabralzinho, na cidade de Amapá.

Antônio Pereira da Costa era o pai de Costinha, pioneiro da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), já falecido.


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