Polícia

Acusado de matar a ex e ocultar o cadáver é condenado a 19 anos de prisão

De acordo o inquérito policial, Silvia foi assassinada em 3 de maio de em 2013, mas os restos mortais da vítima só foram encontrados no dia 27 de dezembro de 2015.


Gilberto Pimentel – Correio de Santana
Especial para o Diário

Depois de quase 12 horas de julgamento, o homem acusado de matar e esconder o corpo da ex-mulher, em Santana, foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão, em regime fechado. Segundo a acusação, Irivan Barbosa da Silva matou, em 2013, Silvia Miranda Barata. O crime chocou a sociedade amapaense pela brutalidade com que foi praticado e pela maneira com que o cadáver foi ocultado.

O julgamento deveria ter ocorrido em setembro deste ano, mas foi adiado por falta de testemunhas. Nessa quarta, 22, no Fórum de Santana, o Tribunal do Júri se reuniu para julgar Irivan. Depois que as testemunhas foram ouvidas e da sustentação oral do Ministério Público e da Defensoria Pública, os jurados se reuniram para decidir o futuro do réu.

No entendimento dos membros do júri, as provas apresentadas no processo demonstravam que Irivan havia matado Silvia e, por isso, deveria ser condenado. Por volta de 20h45, a juíza Pryscilla Peixoto Mendes, da 1ª Vara Criminal de Santana, anunciou a sentença: 18 anos de prisão por homicídio qualificado e um ano e quatro meses por ocultação e cadáver.

O caso
De acordo o inquérito policial, Silvia foi assassinada em 3 de maio de em 2013, mas os restos mortais da vítima só foram encontrados no dia 27 de dezembro de 2015, atrás do local conhecido como Área do Gaúcho, no bairro Jardim de Deus II, cujo acesso é pela rodovia Duca Serra, já no perímetro de Santana.

Moradores das redondezas tinham saído para pescar quando acharam o esqueleto em uma área de lago, que estava seca em razão da estiagem à época. O perímetro onde os ossos foram achados estava envolvido por uma espécie de rede, entrelaçada com arames e pedaços de madeira, para que o cadáver permanecesse debaixo d’água.

Dois meses depois do achado, a Polícia Técnico-Científica (Politec) confirmou que os restos mortais pertenciam a Silvia. Uma amostra de DNA de um parente de 1º grau dela foi comparada com a ossada. A arcada dentária recuperada pelos peritos também ajudou na identificação.

O fim do relacionamento pode ter sido a motivação para o crime. Silvia e Irivan estavam separados há cerca de um mês e ele não aceitava a separação. Como os dois estavam construindo uma casa juntos, a vítima havia feito empréstimos e crediários para comprar material de construção. Depois que se separaram, Silvia pediu que Irivan continuasse ajudando a pagar as dívidas.

No dia do crime, ele ligou para Silvia e marcou um encontro na obra. A construção, planejada para ser o abrigo da família, foi, segundo a investigação, o local escolhido para o assassinato.

Depois que a ossada foi encontrada, Irivan passou a ser o principal suspeito do homicídio. A quebra do sigilo telefônico dele e da vítima ajudou a polícia a elucidar o caso.

Apesar da condenação, Irivan não vai começar a cumprir a pena imediatamente. Ele não compareceu ao julgamento e é considerado foragido. Para a família, foi um sentimento de alívio pelo desfecho do processo. “Ele agiu friamente. Antes de a ossada da Silvia ser encontrada, ele chorava, dizia que seria capaz de voltar com ela. Foi dissimulado”, desabafou uma prima da vítima.


Deixe seu comentário


Publicidade