Eduardo Cunha defende que reforma política seja votada diretam
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou o relatório da reforma política elaborado pelo deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) na comissão especial que discute o tema e disse que seria “preferível” que o texto não fosse votado do jeito que está pelo colegiado. Para Cunha, a proposta deve ir diretamente ao plenário na semana que vem para dar tempo de valer já para as eleições de 2016.
“Acho até que não devem votar [o relatório] amanhã. Acho que tem que votar depois que a gente organizar essa semana inteira. Votar na quinta ou até na segunda que vem ou terça de manhã. Acho que votar [na comissão] sem a gente evoluir o debate pode até inviabilizar a votação [no plenário]. É preferível até que a comissão não vote, que leve para plenário”, disse Cunha.
Segundo ele, a semana que vem é o seu “deadline” no plenário. “Se não votar na semana que vem, perde o timing para 2016”, explicou. Cunha já anunciou que vai votar o relatório no plenário no próximo dia 26, independentemente do resultado na comissão. Nesta semana, expira o prazo de funcionamento da comissão. Para viabilizar a votação, Cunha pretende se reunir nesta quarta-feira (20) com os líderes partidários para articular um consenso.
Na opinião de Cunha, faltou “perspicácia política” ao relator Marcelo Castro (PMDB-PI) por sugerir, por exemplo, reduzir dos atuais oito para cinco anos o mandato de senador. Na opinião do presidente, cada Casa deve ter a palavra final sobre mudanças que digam respeito a elas.
“Quando os deputados falam que vão alterar mandato de senador é quase que uma agressão. Já sabe que não vai passar lá. É de uma falta de perspicácia política você querer impor o tamanho do mandato no Senado, é até falta de inteligência política”, afirmou Cunha. Segundo ele, o problema é que as pessoas “se apaixonam por suas teses e acabam ficando com as teses irreversíveis”.
Ele disse ainda não ter gostado “muito” do relatório, mas que faz parte do jogo político fazer mudanças ao longo do debate e chegou a comparar a discussão do tema com a escalação de um time de futebol. “Reforma política é igual à seleção brasileira: essa é a escalação do relator. Ele gosta de um jogador que eu não gosto, é por aí”, disse.
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