Missa lembra um ano do assassinato da professora Maria Celes
Professora de 57 anos foi morta durante tentativa de assalto em frente ao Conjunto Mucajá. Crime ocorreu no dia 21 de maio
Há exatamente um ano a professora Maria Celes Coutinho Ferreira, de 57 anos, mãe de cinco filhos e avó de oito netos, tornava-se personagem de um crime bárbaro e covarde que abalou a sociedade pela forma brusca com que foi cometido. Os protagonistas dessa história – como na maioria dos casos –, além da vítima, são menores de idade (14 e 15 anos).
Na fatídica tarde de 21 de maio de 2014 a professora, que era coordenadora pedagógica na Escola Municipal Aracy Nascimento, no bairro Santa Rita, zona sul da capital, havia saído de uma reunião de trabalho que ocorrera na sede do Serviço Social do Comércio (Sesc-Araxá).
Com base no inquérito policial, a vítima deixou a reunião por volta de meio dia. Caminhou pela calçada da rua Jovino Dinoá até à parada de ônibus em frente ao Conjunto Mucajá, onde foi abordada pelos menores. A dupla – que atacou Maria Celes pelas costas – estava armada com facas.
O alvo dos infratores era a bolsa que a professora carregava no colo. Ao tentar se virar a vítima foi golpeada, sendo que uma das facadas lhe atingiu a jugular. Uma testemunha contou que a educadora – mesmo ferida – conseguiu caminhar até à base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que fica a alguns metros do Mucajá.
Enquanto isso os assassinos fugiam. Paramédicos socorreram a vítima que foi levada ao Hospital de Emergência de Macapá (HEM), onde o óbito foi confirmado minutos depois pela equipe médica de plantão.
Cerca de duas horas depois os menores foram localizados por uma guarnição do Batalhão de Operações Especiais (Bope), ainda às proximidades do conjunto. Ambos foram alvejados nas pernas durante a fuga. Após receber atendimento médico os infratores foram apresentados na Delegacia Especializada na Investigação de Atos Infracionais (Deiai). Eles confessaram que tentavam roubar a bolsa, mas que a vítima reagiu.
No velório da professora, ocorrido na casa da família, na Avenida Antonio Coelho de Carvalho, bairro Santa Rita, os sentimentos eram de tristeza, comoção e revolta. Revolta por saber que logo os culpados estariam soltos.
Cinco meses após o crime o menor de 15 anos, conhecido pela alcunha de ‘Pretinho’, tombou morto à bala. Ele foi assassinado no bairro Pedrinhas. O crime estaria relacionado, segundo a polícia, ao tráfico de drogas na região.
Hoje, um ano depois, os filhos tentam refazer a vida sem a presença física da mãe, mas com apoio do pai, Raimundo Nonato, de quem a educadora era separada, mas com quem mantinha um bom relacionamento.
Uma missa será realizada nesta quinta-feira, 21, no Santuário de Fátima, bairro Santa Rita, a partir das 19h. O Santuário está sendo preparado para receber parentes e amigos no encontro fraterno para homenagear a educadora. Maria Celes ajudou na construção educacional de milhares de pessoas em Macapá.
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