Entrevista

Fátima Pelaes reafirma disposição de disputar o Senado, mas prioriza possível candidatura de Sarney

Ministra da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, peemedebista é a primeira amapaense a integrar o primeiro escalão da Presidência da República.


Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista e radialista Luiz Melo, presidente do Grupo Diário de Comunicação, a ex-deputada federal Fátima Pelaes (MDB) reafirmou disposição de disputar o Senado, mas admitiu que a definição de nomes da sigla para concorreram ao cargo vai depender do cenário político a partir de março, porque além da possibilidade do ex-presidente José Sarney se candidatar, outra liderança do partido, Gilvam Borges, que já teve dois mandatos de senador, também está em pré-campanha para disputar uma das duas vagas que estarão em jogo nas eleições de outubro deste ano.

Deputada federal pelo Amapá por cinco mandatos e agora ministra da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, Fátima Pelaes é a primeira amapaense a integrar o primeiro escalão da Presidência da República, além de presidente nacional do PMDB Mulher. Nascida em Macapá no dia 13 de fevereiro de 1959, filha de Marcolina Pelaes, ela é casada com o professor Sivaldo Brito e mãe do vereador Yuri Pelaes Brito. É de sua autoria dela Lei n° 11.942/2009, que garantiu assistência às mães e gestantes presidiárias e obrigou a instalação de berçário para amamentação e creche nas unidades prisionais.

Luiz Melo: A senhora vai mesmo concorrer ao Senado nas eleições deste ano:

Fátima Pelaes: Eu só tenho uma certeza, a de que serei candidata ao Senado ou a deputada federal. O Senado é um projeto grande para o Amapá. Tenho me dedicado esses anos todos para o Amapá, mas não podemos esquecer que continuamos tendo uma grande liderança, o presidente Sarney, que não disse ainda se vai ser candidato ou não, ele é um possível candidato. Especificamente com relação ao Senado existe sim essa possibilidade e me sinto preparada para esse projeto, tenho experiência suficiente para isso, mas primeiro temos que ouvir o presidente Sarney.

Luiz Melo: O MDB tem outros pré-candidatos com grandes forças políticas, como o ex-senador Gilvam Borges…

Fátima Pelaes: O senador Gilvam tem todo o direito. Temos duas vagas no partido e pode sair os dois nomes, sem nenhum problema. Inclusive já estive conversando com o senador Gilvam e não vejo isso como embaraço, mas o presidente Sarney é um nome que agrega. Eu sempre me relacionei muito bem com o senador Gilvam e, dependendo das circunstâncias políticas, podemos sair os dois para a disputa, ponderando sempre, porém, que o presidente Sarney é uma historia viva do Brasil, tem mais mandatos do que qualquer outro político, foi governador, deputado federal, senador e Presidente da República, por isso temos que respeitar a sua liderança e a sua experiência, como também analisar os cenários nacional e local. Estamos conversando com as pessoas, ouvindo as bases, porque o Senado não é um projeto pessoal, temos que ter muita maturidade, verificar como estão as forças políticas do Amapá, verificar quem poderá compor politicamente conosco. Mas não posso deixar de dizer que essa possibilidade me entusiasma muito porque terei como contribuir ainda mais para o estado e para o país.


Luiz Melo: Como a senhora analisa a sua experiência no Ministério?

Fátima Pelaes: Garanto que está sendo muito gratificante. Eu já tivesse experiências no Executivo a nível local, como presidente da LBA (Legião Brasileira de Assistência, já extinta) e como secretária na gestão anterior do governador Waldez Góes, mas no âmbito nacional é a primeira vez, coordenando todas as políticas públicas para as mulheres do Brasil. Quando eu falei em nome das mulheres do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas) em março do ano passado foi uma emoção muito grande. E estamos conseguindo realizar um trabalho com resultados altamente positivos, por isso eu agradeço muito ao presidente Michel Temer e às mulheres do nosso partido que me indicaram para o cargo, destacando que esse trabalho tem que ser feito sempre de forma suprapartidária, e é o que eu estou fazendo.

Luiz Melo: O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa rede de TV, disse que o presidente Temer pelo menos está fazendo alguma coisa que os outros não fizeram, modernizando o país, conseguindo aprovar as reformas. Apesar de ser adversário político, ele disse que o Temer está sendo um presidente atuante…

Fátima Pelaes: É verdade, tanto que os resultados estão aí; já tivemos um Natal diferente, o Brasil está avançando. O presidente Michel Temer ele tem um conhecimento muito grande do Parlamento e está aproveitando esse conhecimento, a experiência, a sua habilidade política. Ele não está preocupado com popularidade, ele está fazendo o que o Brasil precisa, e por isso vai marcar na história. Eu acho que o Temer é o homem certo para o momento certo neste país. Ele não é aquele homem que olha no espelho e olha para ele, ele está olhando para o Brasil.

Luiz Melo: A senhora acha possível a direita fazer dois senadores no Amapá?

Fátima Pelaes: Eu acho que não tem ainda nada definido e as conversas vão começar mesmo em março, quando eu vou me desincompatibilizar; atualmente não tem nenhum cenário projetado. Tradicionalmente a direita faz um e a esquerda faz outro; mas o cenário pode ser diferente este ano, não tem nada definido para o Senado e tudo vai depender muito das composições partidárias.

Luiz Melo: O governador Waldez pode sair candidato ao Senado?

Fátima Pelaes: Não vejo isso, mas é claro que não posso falar por ele. O Waldez é o meu candidato à reeleição ao governo, eu vou apoiá-lo. Nós fizemos mobilização nas eleições municipais para apoiar o Gilvam, e o compromisso que assumimos foi de apoiá-lo para a reeleição, tanto que estou fazendo articulação no estado com foco na reeleição dele. Acho que o Waldez tem um compromisso muito grande com o Amapá, vem trabalhando muito… Eu não vejo possibilidade dele concorrer ao Senado.

Luiz Melo: Como a senhora avalia o trabalho dos atuais senadores do Amapá? Algum deles se destaca?

Fátima Pelaes: Acho que cada um tem sua forma de trabalhar. O Capí (João Capiberibe, do PSB) vem trabalhando muito na Transparência; o Davi (Alcolumbre, do DEM) também trabalhado e o Randolfe (Rodrigues, da REDE) vem trabalhando muito no combate à corrupção; cada um vem fazendo o seu papel, não dá para destacar nenhum; o povo é quem julga, mas eu acho que vamos ter agora a renovação de dois. E quem sabe não está na hora do Amapá colocar a primeira mulher no Senado?


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