Em entrevista ao programa Ensaio Geral, da Diário 90,9FM, o delegado Ronaldo explicou a cronologia do crime já apurada até o momento pela polícia. Na tarde de sábado, 30 de maio, Chagas Pereira participava de um churrasco comemorativo da Escola de Samba Maracatú da Favela, que era realizado em uma chácara.
Ao final da tarde o carnavalesco deixou o local dirigindo o próprio carro e dando carona para um grupo de amigos. “Essas pessoas que ele apanhou tinham ido de carona e assim retornaram. Porém, a última delas foi determinante para chegarmos ao suspeito”, disse o presidente do inquérito policial.
A testemunha chave disse em depoimento que quando Chagas estava indo deixá-la perguntou a ela se a mulher se incomodaria em passar antes na casa de um namorado dele. “Isso foi determinante. Eles foram até a casa do Sérgio. A testemunha estava no banco da frente e passou para o de trás. A vítima chegou a apresentar o rapaz para essa testemunha, mas ela disse que o Sérgio não deu atenção, sequer virou o rosto. Mas ao mesmo tempo ela relatou que não tinha como esquecer aquela pessoa pelo porte avantajado e as tatuagens que praticamente cobriam os braços”, disse o delegado se referindo ao porte físico do acusado.
Após deixar a mulher em casa, Chagas e Sérgio seguiram para o distrito de Fazendinha, onde o carnavalesco morava. Antes eles teriam parado em uma conveniência para comprar vinho, mas não havia.
No imóvel eles teriam supostamente ingerido bebida alcoólica. Segundo a polícia, houve uma suposta discussão, sendo que o acusado agarrou o homem por trás e aplicou um golpe chamado ‘mata leão’, geralmente usado em lutas marciais.
Na sequência dos fatos o modelo colocou o corpo da vítima no porta-malas do veículo e desovou o cadáver em um terreno baldio no conjunto Alphavile. O acusado disse que saiu no carro da vítima e seguiu para algumas boates. Depois abandonou o carro na orla do bairro Cidade Nova, na zona Leste de Macapá.
“O veículo foi encontrado no domingo, 31. Nós já tínhamos algumas informações que levavam até o Sérgio. Nas primeiras horas da manhã de segunda-feira, 1, fomos a casa dele. Expliquei à mãe do então suspeito que estávamos em uma investigação sobre o desaparecimento de uma pessoa e que o filho dela foi a última pessoa a ser vista com o desaparecido. A mãe chegou a dizer que se o filho não tinha feito nada de errado que nos acompanhasse até a delegacia”, esclarece Ronaldo Coelho.
Enquanto a diligência estava em andamento a notícia do achado do cadáver chegava ao delegado. “Naquele momento a coisa mudou de figura, tínhamos um corpo. O Sérgio negou inicialmente, mas logo confessou ter morto o carnavalesco. Foi o fio do novelo que precisávamos para esclarecer o crime”, complementou o delegado.
Deixe seu comentário
Publicidade