Wellington Silva

Tiradentes: Liberdade, ainda que tardia…


 

 

A figura histórica de Tiradentes e dos Inconfidentes nos faz refletir seu espírito de luta, os ventos da mudança, ação e reação, a causa e efeito, o caminho da luta, a missão, aquilo que é justo e reto!

Narra a memória oral que Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ganhou este nome por ter sido exímio odontólogo em seu tempo. Foi também brilhante engenheiro de obras e apresentou arrojados projetos de engenharia a coroa portuguesa, no Brasil, tendo também sidooficial de cavalaria (Alferes).  

Era figura muito popular e bem quista no meio profano!

Vivia Tiradentes em um mundo de grandes revoluções, de transformações culturais e estruturais. Eram os ventos da mudança, sinais e movimentos da democracia a levantar bandeiras e a soprar forte na Europa e na América do Norte.

Sob a Iluminada Trilogia Concebida, a tríade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE promove lutas de classe apósenfáticos discursos contra a nobreza e o clero, em defesa dos povos escravizados e colonizados.

Num tempo em que as classes sociais eram rigorosamente estratificadas, desde o nascimento, e no qual, sobretudo, era reservado a uma só classe – a nobreza – o exercício dos postos de comando do Estado, LIBERDADE significava abolição absoluta da monarquia, poder de suposta origem divina, incontestável por sua própria natureza. IGUALDADE significava a abolição das diferenças de classe dando-se aos cidadãos a oportunidade de regerem seu próprio destino. FRATERNIDADE era o grande objetivo moral e final de uma Nova Ordem.

 

 

Este era o ambiente político encontrado pelos jovens brasileiros que estudaram na França e em Coimbra (Portugal) na década de 1.780 e depois se destacariam na Inconfidência Mineira de 1.785 – 1.789.

Eram eles:

Domingos Vidal de Barbosa Laje, José Joaquim da Maia, José Mariano Leal da Câmara, José Álvares Maciel, e outros.

As árduas pesquisas feitas pelo historiador Tarquínio Oliveira teorizam que a reunião decisiva da Inconfidência pode ter sido realizada na casa do Tenente Coronel Francisco de Paula Freire de Andrada, em uma madrugada do dia 26 ou 27 de dezembro de 1.788, dia de São João, consagrado desde Cagliostro pela Maçonaria.

A história da Inconfidência Mineira toma sempre por base informações dos historiadores/pesquisadores Joaquim Felício dos Santos, Joaquim Norberto de Souza, Tarquínio Oliveira, Gustavo Barroso, Hércules Pinto, Augusto de Lima Júnior, Tenório Cavalcante de Albuquerque, Tito Lívio Ferreira e Manoel Rodrigues Ferreira.

Delatados por Joaquim Silvério dos Reis e presos em 10 de maio de 1.789, o Movimento Revolucionário/Libertário dos Inconfidentes éabafado!

O pesquisador Gustavo Barroso comenta que Martins Francisco Ribeiro de Andrada escrevera um livro afirmando que Tiradentes fora substituído no patíbulo por outra pessoa, secretamente, tudo para evidenciar a Dona Maria, a louca, que realmente Tiradentes fora enforcado.

O grande escritor Machado de Assis, em uma de suas crônicas, afirmara que Tiradentes vivera até 1.818, sobrevivendo com uma pensão autorizada por Dom João VI. A histórica crônica teria sido publicada no jornal Gazeta de Notícias, jornal da época. Escrevera o poeta que Joaquim José da Silva Xavier morrera no Rio de Janeiro, onde, desde 1.810, tinha uma loja de barbeiro, dentista e sangrador.

Verdade ou não, o boato continua até hoje entre historiadores, pesquisadores e nos meios maçônicos…