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A chance de paz escapou

A vitória de Hillary Clinton, se concretizada, certamente seria um passo importante para o fortalecimento das relações entre as nações, além do incentivo à paz mundial.


Ruy Guarany – Jornalista
Articulista

Nos últimos dias estivemos prestes a assistir ao registro inusitado de um acontecimento que ficaria para a história universal. Mas a eleição para Presidente dos Estados Unidos da América causou frustrações em muitos países que aguardavam com otimismo a escolha de Hillary Clinton, como indicavam as pesquisas de opinião. Eleita pela maioria do voto popular, a candidata do Partido Democrata não conquistou o número mínimo de 270 delegados dos 530 membros do Colégio Eleitoral.

A vitória de Hillary Clinton, se concretizada, certamente seria um passo importante para o fortalecimento das relações entre as nações, além do incentivo à paz mundial. Sabendo-se que a Alemanha, tida como a segunda maior potência do mundo, hoje governada pela primeira ministra Angela Merkel, que detém o poder sobre a Otan, maior força militar do Ocidente, o mundo poderia ser melhor se Hillary Clinton tivesse sido eleita para presidir a maior potência mundial com a prerrogativa de comandar o poderoso Pentágono americano. A união entre duas mulheres poderosas e amantes da paz poderia evitar situações conflitantes em outros países, através de canais diplomáticos. A guerra da Síria, que já causou a morte de 250 mil pessoas e levou outros milhares de refugiados a enfrentarem os perigos da travessia do mar Mediterraneo, em busca de abrigo e oportunidade de trabalho em países estranhos, teria a grande chance de encontrar o canal do consenso.

Durante a campanha eleitoral, o presidente eleito Donald Trump não pronunciou uma só palavra em favor da paz mundial. As medidas que anunciou e continua defendendo são de extrema gravidade. Alguns chefes de Estado não escondem a preocupação diante do que poderá acontecer após a posse de Trump. Além da disposição de deportar três milhões de cidadãos latinos, fechar a fronteira com o México, impedir a entrada de muçulmanos e repatriar recursos investidos no exterior, o novo Presidente deixa transparecer simpatia à Rússia. Se tudo isso não passar de bravatas, então Trump poderá surgir como principal protagonista de um possível conflito mundial.


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