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A era moderna: possibilidades de crescimento frente ao ‘novo mundo’

Há aqueles que necessitam de satisfação imediata para suas inquietudes… São os que vivem a realidade presente de maneira distorcida, errônea. O consumo compulsivo por comprar, os acumuladores de coisas, beber compulsivamente, a possessão por alguém, dentre tantos outros exemplos, são formas distorcidas de preencher um vazio e de não se sentir sozinho.


Andressa Silva – Acadêmica de psicologia
Colaboradora

Há quem diga que vivemos em uma era bastante confusa, conflitante, estressante. Uns vivem alegres e ao mesmo tempo tristes. Entre várias outras antíteses presentes no vocábulo, uns têm tudo, mas vivem insatisfeitos, tristes e amargurados/angustiados. Há aqueles que vivem no passado, com a mente aprisionada nas tristezas, desilusões, mágoas, rancores. Uns tem medo! Medo de mudança, medo de mergulhar em novas coisas, novas possibilidades. Há outros que vivem para o futuro, ansiosos com o amanhã, com o sonho de quitar todas as dívidas, de ter o carro do ano, a casa própria, de ser o homem mais rico e poderoso, de ganhar na loteria, de se formar, etc.. Não que isso seja errado, de forma alguma, mas o excesso disso tudo, de pensar excessiva e repetitivamente no futuro, aí sim gera problemas no psiquismo do indivíduo.

Há aqueles que necessitam de satisfação imediata para suas inquietudes… São os que vivem a realidade presente de maneira distorcida, errônea. O consumo compulsivo por comprar, os acumuladores de coisas, beber compulsivamente, a possessão por alguém, dentre tantos outros exemplos, são formas distorcidas de preencher um vazio e de não se sentir sozinho. Há também os estressados, que vivem com pressa, ansiosos, tensos, provocando males físicos, como dor de cabeça ou mal estar. São os seres da sociedade moderna, rígidos, metódicos, que não se questionam e não se dão um ‘freio’ no dia a dia. Somos aprisionados pelas regras da sociedade, do consumismo, do ter, do poder, do futuro… Mas e o nosso ser? E o nosso eu? Como fica? Fragilizado pelas armadilhas da era moderna, do consumismo, de competir pra ver quem é o melhor, o mais inteligente, o que tem mais status. Passamos pelo egoísmo e pelo individualismo. É, parece que a sociedade moderna camuflou a importância do sentir, e vivemos para ter e não para ser.

Nossa! Como a sociedade está doente! E ainda dizem que somos normais…

Todos nós somos neuróticos, já dizia Freud.
Viajar para dentro de nós mesmos por vezes não é uma viagem cheia de prazeres. Há escuridão, há ambientes feios e gelados, outros assombrosos e outros cheios de luz. Existe uma recompensa para quem topa ir fundo de olhos bem abertos para dentro de si mesmo. A partir do momento em que começamos a nos questionar a respeito do nosso eu é que começamos a nos transformar e a perceber as coisas por outro ângulo, com um novo olhar. Começamos a perceber a finitude da vida e a importância de se viver o presente de maneira única, apesar da vida agitada, complexa e com altos e baixos. Passamos a ser resilientes, ou seja, começamos a ter a certeza de que podemos tirar as melhores lições de um dia difícil, de sermos otimistas, de acreditar na coisa mais bela que é viver e de fundamentalmente vivenciar as pessoas e aceitar quem elas são. Passamos a criar novas perspectivas, de entender que as coisas mais lindas da vida são de graça. Devemos vivenciar novos mundos e entender que você e só você pode comandar a coisa mais rica e complexa chamada mente humana. Ela é tão ampla quanto o universo que habitamos. Ela é o universo que habita dentro de nós.

Que nós possamos aprender a viver e a vivenciar o aqui e o agora de maneira única e plenamente humanista.


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