A sorte de cada um
Ulisses Laurindo – Jornalista Gente com mais capacidade intelectual já discorreu sobre a presença da sorte na vida de cada um de nós do nascimento à finitude. Mas, provavelmente, o que ficou gravado ou definido foi o grau da importância na sorte, seja no sucesso ou no infortúnio, a que cada pessoa está sujeita. […]
Ulisses Laurindo – Jornalista
Gente com mais capacidade intelectual já discorreu sobre a presença da sorte na vida de cada um de nós do nascimento à finitude. Mas, provavelmente, o que ficou gravado ou definido foi o grau da importância na sorte, seja no sucesso ou no infortúnio, a que cada pessoa está sujeita. Para esquentar o assunto buscamos a filosofia do terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, que presidiu os Estados Unidos de 1801 a 1809, deixando escrito que “acredito demais na sorte e tenho constatado que quanto mais duro eu trabalho mais sorte eu tenho”.
Claro, o trabalho é componente essencial ao ser humano, mas com alternâncias em relação à problemática da vida no tocante à sorte. Outro norte-americano, advogado e político, secretário de estado de 1913 a 1915, William Jennings Bryan, definiu que o destino não é uma questão de sorte e um requisito de escolha.Não é algo a se esperar, mas de se conquistar. Júlio César, imperador romano, não contou com muita sorte sobre e apesar da “Alea jacta est”. (A sorte está lançada) e, apesar de tudo, com menos de sorte foi brutalmente assassinado.
Como se viu, a sorte tem múltiplas definições. Mas nenhuma escapa à convicção de que todos nós somos bafejados pela sorte, mas não esperar que os frutos caiam dos céus. Vejamos os grandes acontecimentos mundiais: a descoberta do Brasil, por exemplo, o que aconteceu com Pedro Álvaves Cabral que saiu de Portugal em 1500 numa expedição à Índia para reforçar o domínio luso. Num golpe de sorte se afastou da rota da costa africana, vindo a encontrar a ilha que ele chamou de Vera Cruz, hoje o nosso Brasil. Foi ou não um golpe de sorte que levou Cabral a descobrir esse gigante? E não é só.
O que aconteceu com Alexander Fleming que, num senso de acuidade e de sorte chegou à Penicilina, por muito tempo salvação da humanidade e que ainda tem valor destacado na saúde. As suas pesquisas representaram autêntica condição de sorte. Em 1928, em seu laboratório, Fleming observou que as placas que haviam sido infectadas por bolores e que pouco tempo depois nelas não havia qualquer bactéria. Nascia o antibiótico que curou parte do mundo e não deixou de ser um golpe de sorte. É ou não é? Claro que alguém vai argumentar que a sorte depende de trabalho, que aliás é parte contígua. O que aconteceu com John Kennedy, em 1962, no Texas, foi absoluta falta de sorte.
Tenho uma história simples que pode não sensibilizar ninguém, mas mostra o valor da sorte no acompanhamento aos seres vivos. É fato vulgar episódio que retrata a importância da sorte. Um dia estava na cercania da área litorânea de Porto Grande e um lance me chamou a atenção. Num terreno baldio abriram um buraco para instalação de um poste da parte elétrica, e nele havia um buraco com diâmetro de 10 centímetros e profundidade de meio metro mais ou menos.
No fundo havia um sapo morto. Deu-me a pensar que faltou à indigitada vítima o fator sorte. Na hora de sua agonia não passou ninguém no local e, sem recursos para subir o paredão, acabou esturricado. A vida de um animal no conjunto da vida humana é irrelevante, mas configura a evidencia do que tratamos sobre a sorte. Tivesse o sapo a felicidade de ser visto na hora da queda provavelmente seria salvo. Não tem nada de fantástico nessa pequena e insossa história. Apenas revelar o quanto a sorte é vital para a sobrevivência de todos nós.
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