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Brasil e os Jogos Olímpicos

A impressão deixada pela cerimônia de abertura dos Jogos foi sublime, trazendo enorme alegria, mesmo com desalento, pois a realidade se misturava com o lado triste e amargo da vida nacional, à procura da estabilidade como Nação.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

Os Jogos da XXXI Olimpíada se encerram neste domingo no Maracanã com cerimônia que servirá como lembrança da inesquecível abertura na noite de 5 último, deixando em nós o sentimento de muita alegria e, ao mesmo tempo, de angústia ante o momento de um país que convive com avanço e atraso. Mais de três bilhões e oitocentos milhões de pessoas viram a engenhosidade do país ao mostrar ao mundo uma Nação feliz, sem crise política e nada de violência.

A impressão deixada pela cerimônia de abertura dos Jogos foi sublime, trazendo enorme alegria, mesmo com desalento, pois a realidade se misturava com o lado triste e amargo da vida nacional, à procura da estabilidade como Nação.

A cada Olimpíada o papel dos atletas brasileiros é mais de coadjuvantes em relação às medalhas. Os fracos resultados anteriores se justificavam porque o esporte olímpico sempre vivei com recursos limitados, impossibilitando bom planejamento. Na última década, porém, a situação melhorou e a aplicação de novas leis facultou criação de rotina visando melhores resultados, o que, na verdade, não aconteceu devido à carência de formação de planos para trazer às atividades esportivas grande massa de jovens, por onde se poderia se chegar a mais qualidade. E não faltam exemplos.

Países menores que o Brasil conseguem atuações destacadas nos Jogos devido ao cuidado que devotam às suas bases. Falei de exemplo. Claro que imitar os Estados Unidos, líderes nas modalidades formativas, seria o ideal, mas, como as paralelas, jamais se encontram.

O desejo dos dirigentes brasileiros é colocar o Brasil na décima colocação entre os vencedores de medalhas é muito natural para um país gigante e com boa juventude. Com mais recursos, almejar uma posição entre os dez é ainda muito pouco. O esporte brasileiro ganhou mais sustentabilidade nos últimos dez anos, e isso está sendo demonstrado nos Jogos do Rio com a conquista de medalhas, até ontem quatro de ouro.

Ao fim, os dirigentes do COB, mesmo que não consiga a décima colocação, festejam algum progresso como ganhar o maior número de ouro numa só Olimpíada, e com duas no mesmo dia – vela e vôlei de praia. A visão que norteia o futuro é projetar Tóquio, em 2020, com mais quatro anos de trabalho, e projetar colocações para figurar entre os primeiros.


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