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Brasil na encruzilhada

A cassação de Eduardo Cunha reafirma o conceito de ações menores no comando do país, pois a queda do parlamentar significou a vitória do PT que, em momento algum, reconheceu a gama de erros cometidos, armando barreira contra o impeachment de Dilma Rousseff, denominando-o como farsa e autêntico golpe na democracia.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

O cidadão brasileiro mais atento sabe que o Brasil em razão da política partidária vive em permanente encruzilhada dificultando seu progresso natural como grande Nação, onde feitos maiores são relegados a segundo plano em favor de grupos, ferindo a unidade federativa.

A cassação de Eduardo Cunha reafirma o conceito de ações menores no comando do país, pois a queda do parlamentar significou a vitória do PT que, em momento algum, reconheceu a gama de erros cometidos, armando barreira contra o impeachment de Dilma Rousseff, denominando-o como farsa e autêntico golpe na democracia.

Os grupos de que já me referi prevaleceram no afastamento da Presidente, premiando seus delitos para continuar elegível, contrariando a Constituição.

Por convicção ou interesse, Eduardo Cunha, como se diz no popular, ‘mexeu a onça com vara curta’, pagando caro por ter levado à frente o pedido de impeachment.

A cassação foi uma tremenda vingança em defesa de um péssimo governo que nada criou, aproveitando-se apenas do modelo econômico deixado por Fernando Henrique.

Há um provérbio que diz que ‘não há mal que sempre dure e bem que nunca se cabe’. Esgotadas as vantagens do regime FHC, o governo do PT foi caindo, caindo, até apodrecer, sendo urgente o afastamento do chefe de governo, sob pena de agravamento da vida social com manutenção da recessão; avanço da inflação, do desemprego e da violência desenfreada sem controle nas ruas, nas casas; nos incêndios das garagens de ônibus; e explosão de caixas eletrônicos a cada minuto. Esse, o governo que o PT queria continuidade.

A pusilanimidade no fatiamento a favor de Dilma Rousseff cedeu lugar à covardia, no caso de Eduardo Cunha, porque os indícios de irregularidades existiam aos olhos de cada um dos juízes julgadores.

Não se precisa recorrer às pitonisas gregas de que o Brasil está diante de dois fatos considerados justos para um e incorretos para outros, correndo sérios riscos de distúrbios sociais em sua vida cotidiana, conforme promessas de parlamentares do PT, de que a luta agora é convocar toda a militância do partido para ir às ruas pedir justiça, porque consideram o impeachment uma farsa, um golpe e quer reparação.

A conclusão é simples: Cunha é desonesto, contrário a Dilma, que é honesta, havendo, por isso, dois pesos e duas medidas.

Do que o cidadão precisa não é da dúvida e, sim, da certeza. Como a solução do Senado, ratificado pelo Supremo, manteve os direitos de um cassado, deixou o país numa encruzilhada, abrindo caminho para insatisfeitos de tocarem fogo no país porque perderam seus poderes conquistados em meio ao caos.

Os conceitos em relação à Câmara Federal mudaram de Lula para Cunha. O ex-Presidente chegou a dizer que havia ali trezentos picaretas.

Cunha não disse, mas pensou: lá tem 450 traidores. O lixo de hoje, espera-se, poderá liquefazer-se com ganho para o povo que poderá aspirar, em breve, o perfume do jasmim.


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