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Brasil, um país que pede socorro

A primeira vertente se relaciona à esperança que todos brasileiros têm de arrumar a casa depois das eleições de 3 de outubro de 2018, porque querem acreditar em dias melhores com a certeza de que virá excelente período compatível com o desejo de cada um.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

Para se chegar no momento a qualquer análise da vida social e política do Brasil, por mais capazes que sejam os articulistas, têm que recorrer, entre outras, a duas vertentes para se aproximarem minimamente da perversa realidade que tomou conta do país, inconcebível em razão de um povo geneticamente pleno de discernimento e que sabe viver em harmonia, respeito, ordem e, principalmente, lealdade.

A primeira vertente se relaciona à esperança que todos brasileiros têm de arrumar a casa depois das eleições de 3 de outubro de 2018, porque querem acreditar em dias melhores com a certeza de que virá excelente período compatível com o desejo de cada um. Para que a mudança nos costumes dos brasileiros possa ocorrer, em primeiro lugar espera-se a presença de uma figura que some qualidades nas decisões de governo aliada ao mérito de ter conhecimento da função maior de mandatário da República, condição sine qua non para obtenção do sucesso.

Faltando ainda um ano para as eleições, vários nomes se lançam, todos conhecidos e misturados ao que há de mais medíocre pelas longas listas de propostas à margem da necessidade de avanço como Nação. Vários artifícios são utilizados, desde reformas sem conteúdo até promessa de regime de força, como se o problema estivesse na falta de obediência, podendo, sim, dizer, que está no desvirtuamento do caráter, pode-se dizer da quase maciça fileira de políticos que pouco evitaram a tragédia ética e moral dominante no país.

Entende-se, depois disso, que a primeira vertente é a moralização dos costumes, onde a dignidade é o fruto sazonado que brota nos jardins das decências. Então, ainda há mais dados a acrescentar quanto à primeira vertente. Mas ficamos po aqui.

Recorremos à segunda. Os signatários proponentes da segunda vertente não desconhecem os graves problemas vividos pelo Brasil no campo fiscal, e não será com promessa que o país vai se libertar de uma dívida pública de mais de R$ 1 trilhão e 300 bilhões, pois assumir a responsabilidade de não ter proposta para isso é, como se diz na gíria, tapar o sol com a peneira. Mas sabe-se o porquê do candidato se lançar dizendo que fará um país melhor porque se apoia na fragilidade cultural do povo, cuja deficiência sugere valor preponderante na obstinada vitória que ele persegue. E não é só isso. É elementar que o desenvolvimento de um país se processe quando a educação é projetada na altura do entendimento do povo. Mas se ele não tem esse entendimento, qual será o resultado, então? Em síntese, é o que sempre houve no país. Não é melhor que se oferece, o mais preparado que coloca a mão no chapéu para amparar o povo.

O diagnóstico da carência do Brasil não caberia em poucas folhas de papel. Mas vejam se os interessados e proponentes a pilotar o barco que hoje está à deriva, e sem confiança e entregue às mesmas tristes figuras que levaram esse gigante da terra a naufragar e pedir socorro, sabendo que os figurantes sentados à proa da embarcação pouco ou nada podem fazer, porque não sabem, não querem e são motivados por outros interesses, pois sempre foi assim, e 2018 se avizinha com a repetição, pois falei em duas vertentes, mas debaixo desses 8 milhões e 500 mil quilômetros quadrados e de um rio monumental ficaram no palco os personagens “abestados”, como disse Tiririca, apropriadamente.


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