Artigos

Decisão estranha

Ruy Guarany – Jornalista Articulista O grande líder paraense Magalhães Barata costumava dizer que em política só ainda não se viu boi voar. De fato, para quem acompanha o que acontece nos bastidores do contexto político partidário, chega à conclusão de que o jogo de interesses pode atingir o grau de inacreditável ao ponto de […]


Ruy Guarany – Jornalista
Articulista

O grande líder paraense Magalhães Barata costumava dizer que em política só ainda não se viu boi voar. De fato, para quem acompanha o que acontece nos bastidores do contexto político partidário, chega à conclusão de que o jogo de interesses pode atingir o grau de inacreditável ao ponto de unir antigos adversários e até inimigos históricos.

A partir do momento em que a Lava Jato chegou ao Palácio do Planalto e descobriu as falcatruas que estavam ocorrendo, com a suposta participação do presidente Michel Temer, os tucanos do PSDB deram um passo atrás, deixando transparecer o desejo de abandonar a base aliada do governo.

Como autor da denúncia que resultou no julgamento da chapa Dilma/Temer, o tucanato aguardou a decisão do TSE para decidir entre bater asas ou permanecer no ninho armado pelo PMDB.

Essa decisão foi tomada em reunião realizada nessa segunda feira, que marcou o “dia do fico”. Ao deixarem a reunião, que durou várias horas, as declarações do tucanato deixaram dúvidas quanto à permanência diante da afirmação de que o PSDB continuaria apoiando as reformas e não o governo.

Sabendo-se que o PSDB ocupa quatro ministérios, no governo Temer, decisão desse tipo é estranha, muito estranha.

Enquanto o alto clero do partido fica com um pé no chão e o outro no muro, a ala jovem, formada pelos deputados, já decidiu caminhar em sentido contrário, inclusive apoiando um possível pedido do procurador da república para que o presidente Michel Temer possa ser processado pelo STF.

Diante de tanta balbúdia vivida pela esfacelada política brasileira, só resta mesmo aparecer um boi voando…


Deixe seu comentário


Publicidade