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Extinga-se Brasília

E foram confessos. E assim se transformou a cidade num palco de passado recente e prospectos presentes e de futuras falcatruas, cínicas, vergonhosas e incorrigíveis em que seus manipuladores descaradamente tratam os interesses do povo num ponto aquém de uma realidade premissa.



 

José Massulo
Articulista

Não a Metrópole moderna e pujante com suas avenidas de prata e edificações futuristas numa arquitetura que impactou o mundo e elevou o Brasil ao olhar de maiores entendimentos no concreto e formas com novos moldes e projetos e que deu reconhecimentos aos seus feitores, com seus avanços de renovação e modernidades, Niemeyer, Lúcio Costa, o gestor Kubitschek, o paisagista Burle Marx, o calculista Joaquim Cardoso e o povo brasileiro, sobretudo os candangos que foram de várias partes do país com suas forças e seus ufanismos para reger essa fabulosa ópera! Brasileiros de todos os cantos sentiam que um grande desenvolvimento econômico e cultural estava se iniciando e tínhamos total certeza de que no caminho, unidos seguiríamos rumo à prosperidade. Estávamos convictos todos, na via certa e somente para o adiante nossos passos seriam dados. O próprio plano piloto repassava a sensação de decolagem.

A confiança de que o país estava em desenvolvimento pleno, além da certeza o pensamento era de que nada poderia interromper essa envergadura. Todavia, os tempos passaram com outras direções, e novas cabeças passaram a pensar ou não pensar mais nessas propostas. E se desvirtuou essa bravura e levou para os lados indigestos das tendências de prosperidades e falsos brasileiros com facilitações politiqueiras sobrevieram. Pensamentos retrógrados ascenderam. Políticos insanos surgiram e se abancaram com propostas adversas e se profetizou a prática de uma política não tão sadia. O rumo das decisões tiveram outros direcionamentos. Foram criadas por total desnecessidade as funções de governador, senador e deputado distrital, cargos somente para onerar gastos públicos e políticos se trombando nos corredores dos centros políticos da capital do país. Com a área de 5.801,9 km e no controle direto com a Presidência da República, bastaria que um administrador coordenasse esse trecho ou até uma função de prefeito, bastaria! E assim demoliria essa fornalha de queimar o erário público que procede devido à facilidade de disposição desses recursos. E o grande prazer de cobrar imposto do cidadão! E as decisões de interesse do cidadão deixam de ser consideradas por quem são qualificados para esse fim.

De lá já tiveram as engraçadas figuras de Roriz, Arruda e Agnelo Queiroz com os seus santos nomes contemplados em escândalos. E foram confessos. E assim se transformou a cidade num palco de passado recente e prospectos presentes e de futuras falcatruas, cínicas, vergonhosas e incorrigíveis em que seus manipuladores descaradamente tratam os interesses do povo num ponto aquém de uma realidade premissa, por saber de sua pacatez. Difícil mudar ou esperar bondades políticas! Essas jamais virão com naturalidade e se por um acaso mudarem algumas coisas será de acordo com os interesses dos lactantes de plantão que não pensam em largar jamais suas glândulas de favorecimentos e privilégios. Urge deixar a cidade pulverizada, livre desses peçonhentos insetos. Que fique ela livre de tramóias e malvadezas para que floresça e revigore o nosso sentimento de Nação honrada. Brasília é o modelo maior para nossas reflexões e referência de representatividade para o mundo. E para tanto e precisa de politização para enxergar esse horizonte. Que permaneça o encanto arquitetônico e se extingam os tons ambares que toldam o complexo patrimonial do qual devemos nos orgulhar.


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