Momento de incerteza
Sem esconder a sua preocupação diante de um acontecimento bombástico e de grande repercussão nacional, o Presidente reafirmou a sua disposição de adotar medidas jurídicas contra os protagonistas da armação que causou grandes prejuízos ao Brasil.
Ruy Guarany – Jornalista
Articulista
Após longa reunião com os auxiliares mais próximos e a presença de jornalistas credenciados no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer voltou a fazer outro pronunciamento, na tarde desse sábado, 20. Diferentemente do pronunciamento anterior, mudou o tom e partiu para o ataque aos delatores da JBS, que o colocaram em situação delicada.
Sem esconder a sua preocupação diante de um acontecimento bombástico e de grande repercussão nacional, o Presidente reafirmou a sua disposição de adotar medidas jurídicas contra os protagonistas da armação que causou grandes prejuízos ao Brasil. Acontece que mesmo se livrando juridicamente, dificilmente conseguiria se livrar do desgaste político alimentado pela dúvida que persistiria por algum tempo.
A primeira consequência desse abalo sofrido por Temer, com reflexos na governabilidade, está na decisão de alguns partidos de abandonarem a base de apoio ao governo, o que, de certo modo, causará a paralisação no andamento das reformas trabalhista e previdenciária. Por outro lado, consequência maior poderá ser registrada durante o julgamento da chapa Dilma/Temer, marcado para o dia 6 de junho. Sabendo-se que o Presidente nomeou dois novos ministros para comporem o colegiado do TSE, o Palácio do Planalto estava quase certo que Temer contaria com quatro votos, o suficiente para mantê-lo no governo. Diante do que vem acontecendo, isso poderá mudar, com os ministros acompanhando o relator.
Não restam dúvidas de que a situação é muito grave, exigindo uma saída política imediata. O certo, porém, é que Michel Temer perdeu a credibilidade parra continuar governando o país.
Analisando a atual situação brasileira, vale lembrar o que dizia o ex presidente Eurico Gaspar Dutra: “Panela vazia, criança chorando com fome, desemprego e imprensa derrubam qualquer governo”. O Brasil vive este momento.
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