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O Brasil de hoje

Não se pode afirmar que seja natural o atual clima vivido pelo país, mas ainda não se pode desligá-lo do período de devassidão política em que foi mergulhado pela falta de ética, acarretando, naturalmente, todos os males, cujas consequências pagam todos os brasileiros, insultados e obrigados a conviver com dificuldades numa terra abençoada, aonde se plantando tudo dá.


Ulisses Laurindo – jornalista
Articulista

Existem variadas maneiras de iniciar uma crônica sobre a vida social, política ou financeira de um país, principalmente quando os diversos grupos coabitam com harmonia, visando a um fim determinado. Quando, porém, a situação se apresenta em sentido contrário ao que se pode chamar de estado ideal, a questão toma rumo diferente e, por dever de ofício, o articulista tem que ser realista na sua análise. Nessa segunda fase se encontra o Brasil, à véspera de eleições municipais, com grupos desvairados à procura da vitória a qualquer custo, mesmo se utilizando de crimes contra a vida, exemplos de vários estados, onde candidatos são assassinados friamente por rebeldes por causas que se supõem sejam a da ambição.

Não se pode afirmar que seja natural o atual clima vivido pelo país, mas ainda não se pode desligá-lo do período de devassidão política em que foi mergulhado pela falta de ética, acarretando, naturalmente, todos os males, cujas consequências pagam todos os brasileiros, insultados e obrigados a conviver com dificuldades numa terra abençoada, aonde se plantando tudo dá.

E o pecado maior deixado por uma herança maldita se resume na esperança de que só em dois ou mais anos o país volte à normalidade desejada, com retorno do caminho dos investimentos. A inversão de valores tomou tamanha proporção que medida saneadora proposta pelo Executivo normalmente é bombardeada por quem usa o estigma de quanto pior, melhor.

O país já viveu momentos melhores, sem greve de professores, de bancários e servidores públicos, em razão de não acreditarem no que lhes dizem, pois julgam que não há cabeças serenas para o julgamento das reivindicações que consideram justas.

Depois de 2002, na vigência do Plano Real, o Brasil respirou grau de cidadania, confortando o povo na esperança de dias compatíveis com a necessidade de cada um. Uma política desastrada, a seguir àquele período, fez o país cair no ceticismo com a enganosa presunção de que o que faziam era o melhor caminho. O resultado do slogam de que a esperança venceu o medo, na verdade, foi o medo que destruiu a esperança. O medida para melhor situar o Brasil se registra através do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em que o país ocupa a 75ª posição entre 188 países, isso no aproveitamento geral, e 73º na educação.

Lastimar a condição interna e internacional é dever e direito de todo cidadão que foi enganado na sua mais genuína crença de ter uma vida melhor. O retrato do Brasil atual choca a todos a verem e ser obrigados a testemunhar o delírio da minoria, impondo suas loucuras a um povo bom.


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