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O Brasil entre a realidade e a fantasia

O questionamento feito sobre a validade das pesquisas não vem ao caso, no momento. Considera-se até como idônea, ficando, porém, as dúvidas quanto aos entrevistados e suas regiões. Está claro que se as perguntas foram feitas em reduto onde impera a classe mais pobre, locais onde a política do populismo vingou, o resultado, será tendencioso, diferente daqueles que, igualmente, se processam em ambiente de maior peso cultural e de poder aquisitivo.


Ulisses laurindo – Jornalista
Articulista

A fase atual do Brasil em muito se assemelha à época de Monteiro Lobato (1882/1948), que desenvolveu literatura no reino da realidade e da fantasia, com obras que se eternizaram no país inteiro e, até hoje, cultuadas. A lembrança do escritor de Taubaté (SP) faz sentido na hora em que os brasileiros passam por momentos de agruras decorrentes de desacertos políticos, exigindo de todos a serenidade para distinguir a realidade da fantasia. Isso vem a propósito da pesquisa da Datafolha, da última semana, sobre a intenção de votos para as eleições presidenciais de 2018, onde o ex presidente Lula aparece liderando, à frente de gente, pelo menos, até agora, pode-se dizer, idônea, no tocante ao acesso aos recursos públicos.

O questionamento feito sobre a validade das pesquisas não vem ao caso, no momento. Considera-se até como idônea, ficando, porém, as dúvidas quanto aos entrevistados e suas regiões. Está claro que se as perguntas foram feitas em reduto onde impera a classe mais pobre, locais onde a política do populismo vingou, o resultado, será tendencioso, diferente daqueles que, igualmente, se processam em ambiente de maior peso cultural e de poder aquisitivo.

Causa até estupefação verificar que um período governamental comandado por quem levou o país ao caos econômico, seja lembrado, sem que haja qualquer conotação do dia a dia do Brasil de hoje, no qual a violência e o desassossego tomam de assalto a tranquilidade das famílias brasileiras, seja nas ruas, no lares inseguros e, praticamente, a quem recorrer a não ser aos vigilantes da lei, assoberbados para conter os incêndios de ônibus e carros, sem o aparelhamento adequado.

Colocar o ex presidente Lula na frente de candidatos cujo perfil ainda não foi avaliado cheira, por mais que se não queira, à manobra visando a manutenção do que existe sem qualquer interesse de mudanças.

O que se busca, no momento, é o aceno que o Fundo Monetário Internacional (FMI) faz de que o Brasil começa a respirar mais aliviado, encaminhando soluções para voltar ao estágio normal de grande Nação. Pensar-se no retorno de uma política fracassada só pode ser, como disse Monteiro Lobato, negar a realidade e dar os braços à fantasia. As eleições não estão tão longe assim, mas as mesmas sistemáticas para indicar quem só tem desejo, em detrimento de programas saneadores para o Brasil e sua população de mais de 200 milhões de habitantes e que, em hipótese alguma, deseja voltar a viver a tragédia que foram os últimos 16 anos.Para quem não tomou conhecimento da pesquisa, revelo aqui: Lula, 22%, Marina, 17%, Aécio, 14%s. Dá para acreditar?


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