O mal da perpetuidade no congresso
É bom confiar, mas a quase totalidade dos eleitores não julga que as promessas dos candidatos sejam cumpridas, mediante o que já se conhece de várias outras eleições em que as mesmas juras foram levadas ao vento e, naturalmente, evaporaram-se na primeira lufada.
Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista
Os 140 milhões de eleitores brasileiros depositarão, amanhã, domingo, 7 de outubro de 2018, os seus votos nas modernas urnas eletrônicas com a esperança de, assim, contribuir na formação de um país melhor, e com as suas manifestações anônimas se sentindo confortáveis pela escolha como dever patriótico, ação que esperam seja correspondida pelos que receberão os sufrágios no sentido de melhorar o que está ruim, trabalhando com honradez, apesar dos desgastes a que estão submetidos perante a Nação.
É bom confiar, mas a quase totalidade dos eleitores não julga que as promessas dos candidatos sejam cumpridas, mediante o que já se conhece de várias outras eleições em que as mesmas juras foram levadas ao vento e, naturalmente, evaporaram-se na primeira lufada.
É o vício presente na má política que, no fim, acaba isentando o viciado prometedor, que segue livre para novas encenações.
Claro que existe entre os parlamentares gente honesta e distinta. Mas, como se diz, “não basta ser honesto, tem que parecer honesto”. Quando nos arroubos dos palanques e passeatas frases de efeito surgem e, em troca, resta a realidade do prometido, quase nunca concretizada, pois foi miragem, distante da verdade, porque às vezes não existem recursos para promessas de construção de pontes de asfalto, túnel e de outras obras. A partir daí a decepção dos eleitores que amanhã revivem a mesma dúvida de eleições passadas.
Qual será a solução para findar o quadro de ilusões? Seria preparar o eleitor para saber separar o joio do trigo, e isso só se torna possível dando a todos boa educação, cuja falta limita o poder de raciocínio do votante, perdurando, portanto, a dúvida.
Para sermos realistas basta citar o que sempre ocorre no parlamento, onde muitos deputados e senadores se vangloriam de estar lá há quase três décadas e de serem incapazes de autocrítica, como culpados pela deficiência da população no tocante à educação. O problema não se restringe a apenas aos estudos, principalmente da juventude, mas se pode lamentar a eterna desigualdade social refletida nas diferenças do ganho de salário. A jactância de alguns parlamentares deveria ser escondida do conhecimento do povo que, sem poder de avaliação, reenvia o perpétuo para o Congresso.
Por certo, essa deve ser a questão de muitos eleitores que ainda não têm na mente o nome certo do candidato. A causa é logo identificada porque, para muitos, o desejo era ter nomes que inspirassem absoluta confiança, porque, para assumir a cadeira em Brasília, diante das crises ética, moral, financeira e fiscal, o eleito precisa ter mais que ambição pelo posto, apresentar suficiente saber para enfrentar os desvios de um país continental invejado pelo mundo e que vive graves problemas, agravados nos últimos 13 anos e meio.
As pesquisas, que passaram a ser o toque mágico das eleições, polarizam dois candidatos, ambos longe do que se poderia chamar de ideal, porque um defende e pensa resolver as demandas com o uso da força, e o outro representa o negativism. O ser humano, ao nascer, traz gravado no peito o símbolo da sorte como grande guia que o acompanha enquanto viver. E é do que agora todos nós vamos precisar.
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