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O tempo não perdoa

Ulisses LaurindoArticulista A instabilidade econômica e financeira em que se debate o Brasil se ajusta muito bem no pensamento do Dalai Lama, segundo o qual só existem dois dias no ano em que nada se pode fazer: um se chama ontem e o outro, amanhã. Portanto, hoje é o dia certo para acreditar e fazer […]


Ulisses Laurindo
Articulista

A instabilidade econômica e financeira em que se debate o Brasil se ajusta muito bem no pensamento do Dalai Lama, segundo o qual só existem dois dias no ano em que nada se pode fazer: um se chama ontem e o outro, amanhã. Portanto, hoje é o dia certo para acreditar e fazer e, principalmente, viver.

No Brasil atual, aplica-se muito eficazmente o conceito do budista tibetano de vez que os momentos atuais vividos pelos brasileiros poderiam ser avaliados levando em conta a potencialidade do solo brasileiro e não como uma reles república.

Durante muito tempo foi denunciado que o país passava por uma crise em alguns setores da vida nacional. Embora avisados, os alarmes não foram ouvidos, resultando no tormento com difícil saída da vida política nacional.

Os escândalos do Mensalão e, mais tarde, o do Petrolão, mostravam o retrato do começo da divergência que subsistia desde abril de 2014, quando o grupo do ex presidente Lula quis se impor ao de Dilma, havendo, a partir dali, o racha, cujos reflexos explodiram nos diversos descaminhos em que vive o Brasil.

A administração do governo Dilma lançada por Lula com a ideia de esquentar o lugar visto mais tarde como estratégia que não vingou, pois Lula tentou ser o candidato de 2014, mas foi barrado pelos companheiros de Dilma.

Dilma, entretanto, por ambição ao cargo, aceitou receber a herança maldita em 1 de janeiro de 2011, não procurando cuidar de melhorar as condições do país com volumes expressivos de problemas agravados com elevado aumento das dívidas interna e externa, esta paga no início do governo Lula com amargo endividamento da primeira, que aumentou em trilhões.

Com a base partidária absoluta na Câmara Federal, o PT poderia desenvolver o país nos seus focos mais atrasados e, ao invés disso, cuidou de ampliar seu domínio, usando estratégia que durante 12 anos não desenvolveu um palmo e, ao contrário, deixou agravá-los como nas áreas de energia, cítricas, hoje realidade ameaçando o povo prestes a racionamento, modelo incompatível com a tecnologia moderna que pode ser companheira dos governantes.

Por enquanto a palavra impeachment soa apenas como argumento de bases contrárias. Mas o acirramento dos problemas no tocante à qualidade de vida da população poderá engrossar. O que era apenas uma hipótese pode se tornar grande, pois nos diversos períodos da história brasileira a população sofreu angustiada, mas acreditou que os governantes tinham propósito de acertar.

Mas hoje, neste Brasil moderno, a fúria é que os valores que mantêm e alicerçam a ética sumiram ante a corrupção generalizada. Vem à lembrança a sentença de Rui Barbosa, quando disse no século passado que os valores estão invertidos e que o homem de hoje tem vergonha de se dizer honesto, de tanto ver triunfar a nulidade no sagrado recanto que é a Pátria.


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