Traição aos eleitores
No pandemônio atual do Congresso alguém imaginou ser o grande momento para colocá-la em votação, mas com desdobramento de fazer corar até os santos pela origem dos benefícios propostos.
Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista
O cidadão brasileiro que mantém em dia seus compromissos com o fisco estranha e até chega à exasperação com o procedimento regular dos parlamentares do Congresso Nacional, nas análises de pontos que visem a equilibrar o país, ao tratar de tema como a Reforma Política que é desejo dos eleitores a longo tempo, sempre postergada, sem dó e piedade, pela classe política dominante indiferente em mover uma palha para derrubar o que lhe favorece.
No pandemônio atual do Congresso alguém imaginou ser o grande momento para colocá-la em votação, mas com desdobramento de fazer corar até os santos pela origem dos benefícios propostos. O primeiro passo errado foi entregar a relatoria da Reforma a deputado vinculado ao PT, que ainda nutre no peito a mágoa pela saída do governo. Sugeriu na mudança absurdo, logo rejeitado pelos pares, envergonhados diante dos disparates.
Sempre se lamentou na política nacional a presença de quantidade exagerada de partidos, todos com direito a financiamento para campanha eleitoral paga pelo poder público. Na moção do relator consistia o novo fundo chegaria a mais de R$ 4 bilhões, manobra condenada pela maioria sentindo como traidores aos eleitores em sua agonia o povo diante da vergonha pela exibição de tanto poder.
Aliás, o momento no Congresso Nacional é exigir o comportamento anormal de quem tem a obrigação de ser o mais correto possível, pois o aval que o povo deu foi defender o interesse geral e não se esconder atrás de manobras incompatíveis com o decoro. A linha mestras da maioria dos Deputados e Senadores é colocar contra a parede o presidente Temer como a imposição à retribuição pela troca dos votos dados durante a denúncia do Procurador Geral que o colocaria fora do governo.
A visão mais apropriada para definir como procede hoje os parlamentares vai pela órbita de que ninguém pensa na estabilidade social. Acostumados a reivindicar ganhos, agora mais do que nunca alguns, ou quase a totalidade, insiste na ideia de colocar a mão na maior parte do bolo, sem compreender que ele está ali para agir exatamente de forma inversa.
Nos últimos anos o Brasil foi virado de cabeça para baixo e as esperanças eram nulas, com o seu patrimônio liquidado por ações mais que populistas. Hoje, o país respira vento saudável, soprando com esperança , mas mesmo assim, o ideal de muitos é permanecer na escuridão ,porque no claro são vistos com suas ações negativas. Além da excrescência do Fundo Partidário milionário os parlamentares não enxergam que reformas precisam ser feitas, sob pena do país parar por falta de recursos.
Entre elas, à da previdência com diagnósticos bastante sombrio sem sensibilizar a quem tem o dever de resolver a questão. O que se quer, e isso é visível, no entender da maioria, é ser contra tudo e contra todos com desgaste para o pais, sem atentar que o sofrimento existe e muitos políticos desonestos só se levantam para defender o trabalhador quando a questão enseja a eles o holofotes da mídia. Mas quando se anuncia que o salário mínimo em 2018, será reduzido do seu inimaginável 937, todos se calam, pois isso não rende voto. Repito o que afirmei no inicio de que eleitor cidadão se sente traído por grupos que não merecem mais do que a repulsa.
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