À PF, políticos do PP atribuem delação de Alberto Youssef a ‘a
Em depoimentos à Polícia Federal (PF), parlamentares do Partido Progressistas (PP) investigados na Operação Lava Jato afirmaram que a delação premiada do doleiro Alberto Youssef – suposto operador das propinas e um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras – foi um “ato de desespero”. Na visão de políticos da sigla governista, o doleiro queria “sacrificar” o PP.
O Supremo Tribunal Federal (STF) disponibilizou depoimentos de 23 dos 39 investigados no maior inquérito da Lava Jato em andamento na Corte. Tratam-se de parlamentares e ex-parlamentares do PP, partido que, segundo relatos de delatores, teria recebido propina de fornecedores da Petrobras ao lado de PT e PMDB.
O advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, negou qualquer tipo de retaliação do doleiro contra o PP na colaboração que fez com as investigações em troca de uma eventual redução de sua pena. O defensor disse ainda que o doleiro não tinha poder para influenciar nos cargos da Petrobras (leia abaixo).
Os políticos do PP também levantaram uma tese à Polícia Federal para explicar as acusações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que integrantes da legenda eram beneficiados com dinheiro desviado da estatal do petróleo.
Preso em regime domiciliar no Rio, Costa relatou à Justiça Federal do Paraná, no ano passado, que parte da propina cobrada de fornecedores da estatal era direcionada para atender a PT, PMDB e PP. Ele fez acordo de delação premiada no ano passado, apontando repasses a políticos a partir de recursos desviados de obras superfaturadas da Petrobras.
O ex-diretor da petroleira disse que, até 2008, era o ex-líder do PP na Câmara José Janene (PP-PR), morto em 2010, quem operava a fatia da propina que cabia à legenda.
Segundo Costa, o PP ficava com um terço do valor dos contratos fechados pela diretoria de Refino e Abastecimento, que ele comandava. Os outros dois terços, relatou o ex-dirigente, eram repassados ao PT. Após a morte de Janene, Youssef passou a operar a propina do PP, informou Paulo Roberto Costa.
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