Cidades

Aftosa impede comercialização de carne bovina e bubalina do Amapá

CAMPANHA – Ministério da Agricultura e Diagro cobram dos produtores vacinação dos rebanhos


Em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, 04, ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), os médicos veterinários Adriano Valadares, do Ministério da Agricultura, e Bruna Soares, da Agência Defesa e Inspeção Agropecuaria do Amapá (Diagro), revelaram que o Amapá continua impedido de comercializar carne bovina para o exterior, por causa da barreira de proteção contra a febre aftosa.Segundo os técnicos, já existe um relatório de fiscalização informando que o estado não possui vírus circulante da doença, mas a comercialização só será autorizada após a emissão dos resultados de outras inspeções, já realizadas.

De acordo com Bruna, ainda há sérios riscos para que essa situação se prolongue caso os produtores não se empenhem para a vacinação dos rebanhos: “O período de vacinação começou no dia 15 de setembro e prossegue apenas até 15 de novembro. O prazo está próximo de encerrar, mas, infelizmente, já decorridos praticamente os dois meses de campanha, os resultados não são nada animadores; pelo contrário, são preocupantes, porque até agora apenas cerca de 30% do rebanho total do estado foram vacinados, segundo dados do Ministério da Agricultura”.

A vacinação, segundo Bruna, é de responsabilidade dos agropecuaristas: “Todos os proprietários são responsáveis pela vacinação, desde a aquisição da vacina até a comprovação junto à Diagro, com a apresentação da nota fiscal de compra das vacinas. Eles têm que se conscientizar de que a própria comercialização da carne depende da seriedade com que eles tratam o assunto. Na medida do possível, nós acompanhamos todos os proedimentos, mas mas responsabilidade é de quem possui os animais.

O médico veterinário Adriano Valadares pondera que os proprietários de animais não têm do que queixar quanto ao período de vacinação, que já foi mudado várias vezes para atender aos agropecuaristas: “Antigamente, na época do Governo Barcelos, eram dois períodos vacinais, um no mês de maio e outro outubro. Ocorria, entretanto, que em maio várias áreas eram alagadas, como a da Região do Araguari, por exemplo, foi quando, atendendo reivindicação dos pecuaristas, passamos apenas para um período, que durava um mês. Posteriormente, também atendendo pedidos dos criadores, dilatamos o período para dois meses, que é tempo suficiente para atender a todos os pecuaristas do esta”.

Mesmo assim, Valadares reclama do baixo índice de vacinação: “Apesar desses dois meses de campanha, o índice de vacinação está muito baixo. Infelizmente os produtores não têm ido às lojas comprar a vacina e, via de conseqüência, comprovar a vacinação na Diagro, o que pode comprometer a própria comercialização da carne para o mercado exterior, porque é a vacina que habilita essa comercialização, com prejuízos ao governo, que deixa de arrecadar e aos próprios pecuaristas, que ficam impedidos de vender os animais”, alertou.

Adriano Valadares afirmou, ainda, que o rebanho do Amapá conta, atualmente, com aproximadamente 340 animais, dos quais apenas 80 mil são bovinos: “O resto tudo é búfalo, devido às peculiaridades do clima e da própria geografia do estado, que são propícios para a criação de bubalinos”. De acordo com Bruna, a carne bubalina é muito apreciada e valorizada em outras regiões e até mesmo no exterior: “A carne bubalina é extremamente valorizada em outras regiões, e até mesmo mais cara, por que é muito saudável, menos gordurosa, possui menos concentração de colesterol. Rejeitar a carne de búfalo é bobagem, porque é, sem qualquer dúvida, bem mais saudável em todos os aspectos do que a carne bovina”, receitou. (Ramon Palhares)


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