Cidades

AL promove sessão histórica e homenageia líderes estudantis

Durante a solenidade, o Waldez Góes anunciou que vai reformar a sede da Uecsa


Pela primeira vez na história, o parlamento amapaense realizou sessão solene para destacar o legado do movimento estudantil, prestando homenagem a lideranças estudantis e políticos que contribuíram com a classe. A proposta da homenagem foi de autoria do deputado Pedro da Lua, autor do projeto que criou a Resolução que instituiu a Comenda Celso Saleh.

“Todos sabem da minha história de militância no movimento estudantil. Foi de lá que reuni força e experiência para abraçar o desafio de vir ao parlamento. E no movimento estudantil, tive grandes mestres. Muitos dos que serão homenageados nesse dia, me ensinaram grandes lições, mesmo aqueles que militavam em campos opostos”, relembrou Pedro da Lua.

Na primeira edição da Comenda, Pedro da Lua resolveu homenagear ex-líderes estudantis, dentre eles Washington Picanço, Luci Tavares, Aleno Oliveira, Gilmauro, Girlene Oliveira, Edvan Barros, Rodrigo Portugal, Pedro Filé, Mary Rocha, Órley Alencar além dos políticos Bala Rocha, Waldez Góes, Alceu Ramos, o desembargador Carlos Tork e o professor Antônio Favacho. Foi também homenageado in memorian Celso Saleh, representado pela filha Lucíola Saleh.
O deputado Paulo Lemos destacou que pela primeira vez a Assembleia Legislativa , cumpriu verdadeiramente o papel de casa do povo, ao abrir suas portas para estudantes que contribuíram para a construção de um Estado democrático de Direito.

Washington Picanço, que além de ex presidente da Uecsa é vereador, e que falou em nome de todos os homenageados, se disse feliz por testemunhar um momento histórico para a classe estudantil: o reconhecimento do esforço conjunto de vários líderes, independente das bandeiras partidárias.

Durante a solenidade, o deputado Pedro da Lua anunciou que recebeu do governador Waldez Góes a notícia da reforma da sede da Uecsa, que será feita através de um convênio a ser celebrado com a entidade estudantil. O prédio foi tomado durante a ditadura e transformado numa delegacia de polícia. Foi devolvido após uma intensa luta de Pedro da Lua e agora será reformado por decisão do governador Waldez Góes.

História
Celso Saleh nasceu em 28 de maio de 1930 e faleceu dois dias depois de completar 73 anos, em maio de 2003. Casado com a amapaense Ilka Maria Barriga Saléh, teve dois filhos: Lucíola Munhoz Saléh, hoje com 53 (que é amapaense) e Celso Saléh Júnior, de 46 (brasiliense). Nascido carioca, tornou-se amapaense ao se apaixonar pelo Estado, quando chegou como Agente de Estatística do IBGE em 1957. Foi representante da Fundação Nacional do Material Escolar, órgão ligado ao MEC, em Macapá a partir de 1958. Fez o curso Técnico de Contabilidade em Macapá. Foi presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Em 1962 foi escolhido prefeito do município do Amapá, pelo então governador, Terêncio Furtado Porto, tomando posse em janeiro de 1963.

Sempre atuando na esquerda, Celso Saléh foi preso várias vezes e acumulou processos. Após a anistia teve uma brilhante carreira no Senado Federal onde chefiou o gabinete de vários presidentes e senadores, como Mário Martins, Petrônio Portella, Luiz Vianna, Paulo Torres e Humberto Lucena. Amante do Amapá, ele foi candidato ao Senado em 1990. Apesar de não lograr êxito, a casa dele, em Brasília, sempre amparou diversos amapaenses quando necessitavam de abrigo na capital federal. Atendia os conterrâneos e os amparava em tratamentos e cirurgias. Era uma verdadeira ‘Embaixada do Amapá’ como diziam. Foi um deputado sem mandato, mas que fez pelo estado por puro amor.


Deixe seu comentário


Publicidade