Cidades

Amapá lidera ranking nacional de sub-registro civil de crianças, aponta levantamento

Sub-registro civil de nascimento é termo utilizado para designar o conjunto de nascimentos que não são registrados no ano do nascimento ou no primeiro trimestre do ano seguinte


 

Cleber Barbosa
Da Redação

 

O Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH), plataforma virtual de acesso público vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), disponibilizou novos dados sobre o Registro Civil de Nascimento no Brasil, apontando avanços significativos e desafios persistentes na universalização desse direito fundamental.

 

As informações, baseadas no Censo Demográfico de 2022 do IBGE, ressaltam iniciativas para erradicar o sub-registro e reduzir desigualdades regionais, reforçando a importância desse ato para o exercício da cidadania. Dados específicos sobre o registro civil de crianças indígenas também são destaque na publicação. O Amapá lidera o ranking nacional de sub-registro, quando o assentamento não é feito no ano de nascimento da criança.

 

Registro de crianças

Segundo o levantamento, 99,3% das crianças brasileiras com até cinco anos possuem registro civil, um aumento de 2% em relação a 2010. Todas as regiões do país alcançaram índices superiores a 97%, e cerca de 20% dos municípios brasileiros alcançaram 100% de cobertura.

 

A região Norte recebeu destaque por apresentar os maiores avanços no período. Minas Gerais lidera em porcentagem entre os estados, com 99,7% das crianças registradas.

 

Os dados também apontam para uma inclusão significativa de crianças negras nas regiões Norte e Nordeste, enquanto o Sul apresenta o maior percentual de crianças brancas registradas. As crianças de cor amarela, no entanto, continuam apresentando os menores percentuais de registro.

 

Sub-registro

Embora os índices gerais sejam positivos, o sub-registro persiste em algumas regiões, especialmente no Norte. Cerca de 77.684 crianças com até cinco anos permanecem sem registro, com os estados de Roraima (89,3%), Amazonas (96%) e Amapá (96,7%) apresentando as menores taxas de cobertura. Em 26 municípios, a cobertura é inferior a 95%.

 

A redução na cobertura em 16,1% dos municípios brasileiros e os desafios enfrentados no Norte são barreiras para o cumprimento da meta 16.9 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que prevê garantir identidade legal para todos até 2030.

 

Crianças indígenas

A plataforma também inclui dados específicos sobre crianças indígenas, considerando tanto o registro civil convencional quanto o Registro Administrativo de Nascimento Indígena (RANI).

 

Segundo o levantamento, as regiões Norte e Centro-Oeste concentram as maiores proporções de crianças indígenas sem registro formal, com 8,4% e 3%, respectivamente. Nessas áreas, o RANI é amplamente utilizado como alternativa.

 

Estados como Espírito Santo, Sergipe, Paraíba e Alagoas lideram com taxas acima de 98% no registro de crianças indígenas em cartório. Por outro lado, Roraima (26,8%) e Amapá (6,6%) apresentam as maiores taxas de sub-registro entre crianças indígenas, evidenciando barreiras específicas para essas populações.

 


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