Amapá não atinge a meta na campanha de vacinação contra a pólio
De acordo com a Sesa, a falta de cadastro nos municípios prejudica percentual de cobertura vacinal
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite terminou na segunda-feira, 31, e o Amapá não atingiu a meta de 95% de cobertura vacinal preconizada pelo Ministério da Saúde (MS), registrando o percentual de 59,76%. De acordo com a Coordenadoria Estadual do Programa de Imunização, os números não condizem com a realidade do Amapá porque os municípios, muitas vezes por problemas técnicos, não conseguem alimentar o sistema que contabiliza as vacinas aplicadas na população.
A vacina é bem aceita por ser ministrada por meio de gotas. Existe a procura, mas infelizmente o banco de dados do Sistema de Informação de Campanha não está sendo atualizado pelas Secretarias de Saúde dos municípios. “O correto seria haver uma digitação diária ou semanal dessas informações, e isso não acontece, portanto não temos o conhecimento real das doses aplicadas no Estado”, analisou Janaína Nunes Leite, coordenadora do Programa de Imunização.
Segundo Janaína Leite, o sistema depende essencialmente de conexão de internet, e a falta ou a baixa qualidade do sinal é a principal alegação dos municípios para não enviarem diariamente as informações. No entanto, antes do início da campanha, após reunião técnica com os profissionais de todos os municípios e já tentando resolver este problema, foi disponibilizado na Coordenação de Imunização, um computador e um técnico que fica responsável pelo sistema para que repasse informações de como proceder a digitação e a frequência dessa informação, porém nenhum representante se dispôs a usar esta ferramenta.
“Esses serviços são deixados para última hora e quando a informação chega verificamos que muitas vezes o município não atingiu a cobertura, então após o término da campanha não tem como o município correr atrás de resgate de doses e busca ativa do público alvo, o que acaba prejudicando o nosso trabalho”, explica.
Por essas razões, o Amapá aparece no site do Ministério da Saúde como um dos Estados da Federação com uma das mais baixas taxas de cobertura vacinal, deixando, de acordo com Janaína, o Amapá sem credibilidade no MS, e principalmente junto a população, que entende que o Programa de Imunização não conseguiu alcançar a meta estipulada, deixando crianças suscetíveis a doença, quando o ponto fraco desses números baixos está na contrapartida dos municípios.
A coordenadora lembra que o Estado tem feito sua parte incessantemente, mas precisa ainda de mais comprometimento dos municípios. “O processo de municipalização exige que os municípios fiquem responsáveis pela execução da vacinação, tanto os da zona urbana quanto os da zona rural, e pela transmissão dessas informações, e infelizmente isso não está acontecendo e ficamos de mãos atadas”, lamenta.
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