Cidades

Amapá tem a menor taxa de mortalidade por acidente de motocicl

No Brasil, acidentes com motos são responsáveis pelo crescimento de 115% das internações



 

A cada ano, cerca de 45 mil pessoas perdem suas vidas em acidentes de trânsito no Brasil. A violência envolvendo particularmente motociclistas está se tornando uma epidemia no país. O Amapá ocupa a 27ª posição no ranking vítimas de acidentes com motocicletas, com taxa de mortalidade de 0,8 para cada 100 mil habitantes. Entre 2002 e 2012, esse número cresceu 53,8% no estado. No Brasil, o índice é de 6,3 mortes por 100 mil habitantes. Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2013, os acidentes com motos resultaram em 12.040 óbitos no país, o que corresponde a 28% dos mortos no transporte terrestre. No Amapá, foram 8 mortes em 2013.

Nos últimos seis anos, as internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de 115% e o custo com o atendimento a esses pacientes de 170,8%. No Estado do Amapá, foram 114 internações em 2014, representando um gasto de R$ 113 mil.

De acordo com levantamento feito pelo Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRE), em 2015 o número de acidentes caiu ainda mais no Amapá. A queda é em relação aos quatros primeiros meses de 2014, quando 34 pessoas morreram nas estradas administradas pelo governo. Já este ano, o número caiu para 30, o que representa uma queda de 11,76%.

Para o subcomandante do BPRE, Wagner Pureza, a redução é consequência das operações e ações da força tarefa, empregada nas rodovias, sobretudo à noite: “Essas estatísticas são resultado de um trabalho intenso que estamos mantendo corriqueiramente, aumentando o número de abordagens através de orientações educativas, blitz e barreiras”.
Outros números revelados pelo BPRE são em relação à fiscalização intensificada durante esse período, ocasião em que 458 veículos foram vistoriados, o que resultou em 276 autos de infração em condutores sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Ações intersetoriais
Diante do cenário nacional negativo, o Ministério da Saúde está propondo uma série de ações intersetoriais, que deverão envolver outras esferas do Governo Federal, governos estaduais e municipais, para promoção de uma política específica de prevenção aos acidentes com motos. Nesta semana, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou algumas das iniciativas em discussão durante a 68ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.

“Não dá mais para não agir na dimensão preventiva dos acidentes com motos. É preciso propor novas medidas e elevar essa discussão a um problema de saúde pública. Algumas propostas em estudo são a obrigatoriedade de apresentação da habilitação no momento da compra da moto, por exemplo, e a possibilidade de financiamento do capacete como um EPI (Equipamento de Proteção Individual), possibilitando a venda do item de segurança junto do veículo”, exemplificou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Em novembro, o Brasil sediará o 2º Road Safety, Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, com o objetivo de repactuar metas e traçar novas estratégias do governo e da sociedade para garantir a segurança da população e salvar milhões de vidas. “Uma constatação que observamos no Brasil, e que já vimos em outros lugares do mundo, é a redução do número de atropelamentos e acidentes de carro e o aumento de acidentes de motos. A moto está substituindo a bicicleta e o cavalo e também vem sendo utilizada como um instrumento de trabalho”, observou o ministro.


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