Amapaenses estudam crises na mandiocultura, na Tanzânia
País do leste africano com clima similar ao do Amapá serviu de laboratório em missão tecnológica para enfrentamento de doenças da planta
Douglas Lima
Editor
Uma equipe de nove técnicos amapaenses na mandiocultura visitou a Tanzânia, país do leste africano, para pesquisa de melhoramento do cultivo e do enfrentamento de pragas da planta.
Os pesquisadores que partiram em missão científica que teve como principal objetivo descobrir formas de lidar com doenças que atingem a mandioca são da Embrapa, Iepa e Sebrae.
Sobre o assunto, Reginaldo Macedo, analista técnico de atendimento coletivo do agronegócio e indústria do Sebrae-AP e agrônomo, que participou da viagem, falou ao programa Ponto de Encontro (Diário 90,9) e mostrou os desenlaces da pesquisa de campo no exterior.
Levantando um breve histórico e ressaltando a importância da viagem, Reginaldo lembrou que no ano de 2023 a mandiocultura sofreu doenças causadas por fungos, o que atingiu a cadeia alimentícia de comunidades tradicionais no estado do Amapá, e que para ajudar no enfrentamento de novos males, os pesquisadores visitaram campos de pesquisas e campos experimentais para absorver o que lá é desenvolvimento de conhecimento na área.
“Tivemos no Amapá um mal inédito nas américas, uma doença fúngica e muito séria, estamos trabalhando para identificar o tratamento dela; nossa missão foi para ver como a Tanzânia trabalha suas doenças lá, que tem cenário parecido com o que vivemos até agora”, informou Reginaldo.
O pesquisador pontuou que na Tanzânia existe o melhoramento para multiplicação da planta, análise de doenças e três níveis de limpeza de materiais antes que estes sejam repassados para o produtor. O agrônomo também atentou que no país africano, atualmente, os cultivadores também enfrentam doenças que atingem a mandioca, mas estas causadas por vírus.
Acerca do que foi colhido de conhecimento, Reginaldo informou que serão produzidos relatórios individuais e apresentados ao Conselho, para posteriormente chegarem ao governador para que possam ser desenvolvidas políticas públicas permanentes, como é feito no país africano. “Desde que traga benefício para o empreendedor, é nosso papel fazer”, disse.
Mercado Local
Sobre a produção local da farinha, o agrônomo, sem esconder seu apreço pelo conhecimento dos cultivadores amapaenses, declarou que o estado pode aumentar ainda mais seus números na área. “Acho que temos no Amapá um conhecimento técnico para sermos mais autossuficientes na mandiocultura, talvez a montagem de um sistema bem estruturado faça a gente conquistar uma fatia maior no mercado. Competência nós temos”, concluiu.
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