Arculador Temer fez um ‘desabafo’, e não um ‘apelo’, diz Eduardo
Dois dias depois de o vice-presidente Michel Temer apelar publicamente por união no país, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que, na opinião dele, a fala do articulador político do Palácio do Planalto era um “desabafo”, e não um “apelo”.
Cunha afirmou que, para ele, a declaração do vice se deu em razão da “incapacidade” do governo de reverter uma iminente derrota na Câmara dos Deputados na sessão da última quarta-feira (5).
Na ocasião, depois de conversar com líderes da Câmara e do Senado, Temer declarou que a situação do Brasil é “grave” e fez um apelo para que “todos se dediquem a resolver os problemas do país”. O vice-presidente disse ainda que o Congresso Nacional é capaz de unificar o país.
“Tem que perguntar a ele, Michel, o que ele quis dizer quando fez o apelo. Eu interpretei mais como desabafo do que apelo, porque apelo ele teve momentos para fazer de forma concreta e em local apropriado. Eu tenho impressão que ele viu o clima daquele dia, que os líderes dos partidos estavam contra a proposta do governo, e, pela incapacidade de reverter o processo, fez o apelo”, disse o presidente da Câmara a jornalistas em Manaus.
Apesar do apelo público de Temer na quarta-feira (assista ao vídeo acima), os deputados federais acabaram aprovando na madrugada de quinta (6) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que vincula os salários do advogado-geral da União e dos procuradores estaduais e municipais a 90,25% do salário de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mesmo com a derrota política, no dia seguinte o Planalto obteve uma manifestação de apoio das duas principais entidades empresariais do país. Por meio de nota conjunta, as federações das indústrias de São Paulo e do Rio de Janeiro (Fiesp e Firjan) afirmaram que “é hora de colocar de lado ambições pessoais ou partidárias e mirar o interesse maior do Brasil”.
Eduardo Cunha também comentou trecho do programa partidário do PT, veiculado em cadeia de rádio e TV na noite desta quinta, no qual a presidente da República ressalta que sabe suportar “pressões e injustiças”.
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