Associação açaí e doença de chagas é discutida na Assembleia L
Foi abordado em Audiência Pública
O plenário da Assembleia Legislativa (AL) sediou, ontem, Audiência Pública em que foram discutidas questões referentes à ocorrência de casos de doença de chagas associados ao consumo de açaí beneficiado nas amassadeiras instaladas no estado do Amapá. A Audiência Pública é proposta pelos deputados estaduais Dr. Furlan (PTB) e Jaci Amanajás (Pros).
A doença de chagas é transmitida pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que pode ser encontrado no inseto barbeiro. Na região Norte, as amassadeiras de açaí ou batedeiras têm destaque no comércio, mas nem sempre seguem as boas práticas de fabricação de alimentos (BPF). Essas práticas contribuem para prevenção não só da doença de chagas, mas também de males como cólera, hepatite, giardíase e amebíase.
“As regras das boas práticas de fabricação servem tanto para as pequenas indústrias de polpa de açaí, quanto para as batedeiras de açaí, porque essas também são consideradas unidades de fabricação de alimentos”, explicou a pesquisadora da Embrapa Amapá, Valeria Saldanha Bezerra, na Audiência Pública. Ela é autora da cartilha “Planejando batedeiras de açaí”. A publicação foi distribuída aos presentes no plenário da AL.
A Audiência Pública contou com representantes do Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Iepa), Vigilância Sanitária, Sindicato dos Batedores de Açaí do Amapá, Instituto Evandro Chagas (Pará) e outras instituições que atuam na cadeia produtiva do açaí.
De acordo com o deputado Furlan, a Audiência foi um espaço para abordar o processo de preparo do açaí e os mecanismos de eliminação do protozoário Trypanosoma cruzi, para que seja evitado o surgimento de novos casos da doença de chagas.
Em novembro do ano passado, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde do Amapá informou que intensificaria as fiscalizações em batedeiras de açaí e em locais onde ocorrem o manejo do fruto. A medida foi tomada após a confirmação de oito casos de doença de Chagas no estado, só em 2014.
Para o deputado Jaci Amanajás, os casos do mal transmitido pelo mosquito barbeiro são muitos, mas a maioria não é notificada na Vigilância Sanitária nem na rede pública de saúde do Amapá.
“O batedor de açaí deve se preocupar desde a compra da matéria-prima, ou seja, verificar sempre a procedência do fruto de açaí, como é feita a coleta, o transporte, até o local de beneficiamento do produto final, sem esquecer da qualidade da água”, disse a pesquisadora Valéria Saldanha Bezerra. Ela alertou, ainda, que o batedor deve seguir as regras das boas práticas de fabricação (BPF) para garantir um açaí seguro à saúde da população.
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