Cidades

Associação dos Feirantes contesta denúncia feita por pescadores

Segundo o presidente da entidade, a associação incentiva pescadores e comercializarem seus produtos dentro da feira
O presidente da Associação dos Feirantes do Mercado do Pescado de Macapá contestou na manhã desta quarta-feira, 13, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9).


As denúncias feitas no programa, no dia anterior de que os pescadores estariam sendo proibidos de comercializar seus produtos no interior e no entorno da feira, e até mesmo em suas próprias embarcações ao longo da Orla da Capital. Segundo ele, ao contrário das reclamações, a associação procura incentivar o acesso dos pescadores aos boxes de vendas, para garantir a comercialização de produtos de boa qualidade.
“Ao contrário do que denunciaram no programa, longe da associação impedir que os pescadores vendam os seus produtos, porque eles têm o direito de livre acesso aos boxes, mas para isso eles têm que se submeter à legislação, levando aos consumidores peixes de boa qualidade; é importante destacar, também, que eles também têm todo o direito de vender os produtos dentro das embarcações, por isso em nenhum momento de forma alguma eles são coagidos; nós convidamos os pescadores pra trabalhar dentro do mercado, porque, afinal, temos um mercado tão bonito, mas infelizmente o pescador insiste ainda vender o pescado em cima da pedras, das calçadas”, assegurou.
Quanto à reclamação de que os pescadores também são proibidos de praticar preços abaixo do que é praticado dentro do mercado, o presidente também negou: “Essa denúncia também não procede, porque o pescador e qualquer feirante podem praticar qualquer preço, e o pescador ainda tem o benefício de vender dentro do mercado sem pagar qualquer taxa; o que exigimos – e disso não abrimos mão – é que ele ofereça um produto de qualidade”. Outra denúncia feita é no que diz respeito à falta de pagamento do produto a pescadores por parte de feirante; eu não posso dizer que isso não acontece, mas quando chega ao nosso conhecimento essa prática o feirante é punido de forma exemplar”, finalizou.
 
Denúncias
Pescadores e consumidores denunciaram no programa LuizMeloEntrevista no dia anterior o que chamaram de “cartelização na venda de pescadores e falta de mínimas condições de higiene na manipulação de peixes nas feiras de Macapá”. O maior número de queixas tem como alvo o Mercado de Peixes, no centro da cidade, onde, segundo os denunciantes, a associação dos feirantes não deixa pescadores venderem peixes a preços mais baixos e exigem que o produto seja entregue a atravessadores, que por sua vez vendem os peixes a preços escorchantes.
Um dos denunciante, Domingos Lobato, de 58 anos, afirmou que os pescadores são proibidos pela associação de comercializar o pescado até mesmo no entorno da feira; essa proibição, segundo ele, é para evitar a livre concorrência com os feirantes: “Quanto a nós, pescadores, trabalhamos obedecendo todas as condições de higiene, mantemos tudo limpinho, enquanto que a água que desce do mercado é infinitamente pior, além do fato de que praticamos preços mais baixos; e não tem essa justificativa de que eles vendem mais caro porque pagam impostos; na realidade eles pagam é para o presidente da feira e não pra prefeitura; eu sei disso, todos sabem disso”, denunciou.
Para Domingos, a cartelização do pescado é o que motiva a proibição dos pescadores venderem diretamente os produtos aos consumidores: “Nós somos proibidos de vender o peixe na feira porque lá eles vendem bem mais caro, porque recebem o produto diretamente do atravessador; como se não bastasse isso, agora essa associação da feira está nos proibindo até mesmo de vender o peixe dentro das embarcações, na beira do rio, como forma de nos obrigar a repassar o peixe para os atravessadores; isso é um absurdo”, protestou.
Outro ouvinte que se identificou como Árlisson Cleber, também fez coro às denúncias: “O mesmo peixeiro que trata o peixe lida com dinheiro, num verdadeiro atentado à saúde, além do fato de que, por exemplo, em Belém (PA), no Mercado do Peixe, que é atração turística, o quilo do peixe custa no máximo 10 reais, e isso o peixe de melhor qualidade, enquanto que aqui custa 14, 15 reais; com as ressalva de que boa parte do peixe vendido lá sai daqui, e apesar de tido esse trajeto daqui até a capital do Pará é vendido bem mais barato do que aqui”.

Deixe seu comentário


Publicidade