Aumento número de pacientes com infecção bacteriana no Hcal

Um ofício com data de 12 de outubro, assinado pelo médico ortopedista Joel Brito Coelho, coordenador do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL), revela aumento no número de casos de pacientes internados na clínica com infecção bacteriana multirresistente a antibióticos.

No mesmo documento, encaminhado à médica Cynthia Dias Martins Chaves, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do HCAL, o médico Joel Brito relata que a situação se agrava pela indisponibilidade de alguns antibióticos na farmácia do hospital. Ele ainda se refere ao grande número de pacientes pré e pós-operatórios também internados na mesma clínica, sem infecção.

Joel Brito encerra o ofício solicitando providências urgentes conforme protocolos vigentes, ressaltando o objetivo único de resguardar a integridade física e a saúde dos pacientes e servidores.

O médico não cita no ofício, mas durante o fim de semana foi divulgada a informação, não confirmada e nem desmentida pela secretaria, de que no HCAL teria uma enfermaria com mais de um paciente com a bactéria MRSA (sigla inglesa para Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina).

Um estudo concluiu que 85% dos casos invasivos de MRSA estão associados com tratamentos de saúde. Pesquisas anteriores indicam que muitos hospitais e centros de saúde se tornaram locais propícios ao desenvolvimento de MRSA porque as bactérias poderiam ser transportadas de um paciente para outro, por médicos, enfermeiros e material não esterilizado. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) ainda não se manifestou sobre o ofício.

A reportagem do Diário do Amapá apurou que o fato relatado pelo médico Joel Brito já vem sendo investigado pelo Ministério Público do Estado (MP-AP). Existe a suspeita de que se queira tirar do hospital os pacientes internados que esperam cirurgia, oferecendo a eles a realização da cirurgia em hospital privado, que custaria entre dois e três mil reais.

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