Caesa está sem estoque de produtos químicos, afirma presidente
Diretora-presidente da Caesa, Patrícia Brito explicou a situação da companhia durante o programa Luiz Melo Entrevista (Diário 90,9FM)
A diretora-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), Patrícia Brito, afirmou durante entrevista à rádio Diário 90,9FM, na manhã desta terça-feira, 3, que a greve dos caminhoneiros pode, sim, afetar o fornecimento de água tratada no Amapá, caso os produtos químicos necessários para o processo de tratamento fiquem presos em meios aos bloqueios.
O estoque de produtos da Caesa é praticamente zero. “Posso dizer que temos estoque para mais duas semanas, mas se ocorrer qualquer atraso na remessa, teremos que reduzir a distribuição. Isso geraria um problema muito sério, mas é a realidade”, disse Patrícia, que é engenheira de carreira da companhia há 19 anos.
Ela explicou que produtos essenciais, como o sulfato sólido, são comprados no estado da Bahia (BA), cujas rodovias também enfrentam protestos. “A situação é grave a partir do momento que você está inadimplente junto aos fornecedores. Tivemos que renegociar dívidas herdadas para poder assegurar o fornecimento dos produtos. Recebemos uma companhia com R$ 2 milhões em dívidas e um estoque zerado. Conseguimos recuperar a capacidade de crédito, mas esse problema dos caminhoneiros nos deixa temerosos, uma vez que não temos estoques”, reforça.
O último carregamento de produto químico chegou na sexta-feira passada, o que garante o tratamento da água por mais duas semanas, no máximo.
A diretora ainda fez um apelo à população. “O desperdício de água tratada precisa ser combatido e isso é papel, também, dos consumidores. Existe o desperdício, mas existem, ainda, as perdas, que são provocadas por vazamentos na rede principal e nas próprias redes internas das casas. Tem que se fazer essa diferenciação do que é perda e o que desperdício. É um enfrentamento que todos devem abraçar para reduzir ao máximo que a água vá, literalmente, pelo ralo”, acrescentou.
A Caesa investe cerca de R$ 1,5 milhão, mensalmente, para captar, tratar e distribuir a água. A companhia tem uma arrecadação própria de R$ 2 milhões, mas a receita, incluindo folha de pagamento, chega a R$ 5 milhões.
“Ligações clandestinas, unidades habitacionais sem hidrômetro e outros casos influenciam na queda da arrecadação. Estamos trabalhando para regularizar o sistema, permitindo que possamos ter uma leitura correta, e, com isso, o usuário honre com o pagamento”, disse Patrícia.
A Caesa também estuda o reajuste tarifário. “O estudo preliminar mostra um reajuste inicial na casa dos 19%, mas isso é ainda uma perspectiva. A companhia está de 2012 sem nenhum reajuste, o que se torna mais um agravante para a arrecadação”, concluiu. A expectativa é de que a tarifa seja reajustada a partir do segundo semestre de 2015.
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