Cidades

Cardozo determina que PF investigue casos denunciados no Swiss

Apontam contas usadas para fraudes na Suíça



O Ministério da Justiça informou que o ministro José Eduardo Cardozo determinou à Polícia Federal que investigue eventuais irregularidades relacionadas a brasileiros nas denúncias do Swissleaks, como foi batizado o vazamento de dados bancários de clientes de uma agência do HSBC na Suíça.

Os dados são analisados por um grupo de jornalistas do mundo inteiro, chamado de Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Há duas semana, o consórcio começou a divulgar as informações segundo as quais o HSBC teria ajudado clientes a esconder bilhões de dólares no país europeu entre 2006 e 2007. Há 8.000 correntistas brasileiros na agência.

De acordo com nota, o ministro quer a apuração de “possíveis atos ilícitos” envolvendo os brasileiros correntistas. “A determinação ao diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, Leandro Daiello, é que que se faça análise, apuração de eventuais ilícitos e adoção das providências cabíveis”, diz o texto da pasta da Justiça.

O Brasil aparece como o nono país da lista de correntistas, com US$ 7 bilhões nas contas no período em questão. Segundo os arquivos, 8.667 clientes tinham algum vínculo com o Brasil, sendo 55% com a nacionalidade brasileira. Em entrevista, o ministro José Eduardo Cardozo disse que haverá uma investigação conjunta de Polícia Federal, Receita Federal e demais órgãos de fiscalização, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda.

“A partir de uma reunião da Polícia Federal, da Receita Federal, determinei que se abra um inquérito para apurar eventuais ocorrências criminais”, declarou.

Segundo o ministro, “há indícios” de irregularidades por parte de pessoas que teriam contas fora do país, conforme vem sendo noticiado pela imprensa nos últimos dias. No entanto, durante as investigações é que será possível apontar se o dinheiro enviado para o exterior teria origem ilícita, ressaltou. “Não posso afirmar que a fonte do dinheiro é ilícita. O que posso afirmar e que a fonte desse dinheiro será investigada”, afirmou.

O ministro evitou responsabilizar previamente a instituição financeira envolvida, o HSBC. “Não vou dar nenhum pré-julgamento. Vamos investigar primeiro para sabermos a participação e se os procedimentos de cada um envolveu prática criminal”, afirmou.


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