O engenheiro elétrico Lélio Hage dos Santos, diretor técnico da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), ratificou, nesta sexta, 26, as declarações do diretor presidente da empresa, Ângelo do Carmo, de que os constantes apagões e oscilações de energia elétrica no sistema que ocorrem no estado são devidos à falta de investimentos.
“O que o presidente Ângelo afirmou – e nós mantemos, porque representa a verdade real dos fatos – é que não tem havido investimento na manutenção da rede de distribuição em Macapá há duas décadas. A ausência desses investimentos tem gerado algumas perturbações no nosso sistema, e quem mais tem sofrido com isso é a população”.
Sobre as ponderações feitas pelo economista José Ramalho, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), Légio Hage afirmou que Ângelo do Carmo foi mal interpretado: “O que o ex presidente José Ramalho falou se refere à expansão do sistema e isso de fato ocorreu, e o presidente Ângelo em nenhum momento disse o contrário, porque reconhecemos que houve a expansão do bairro Marabaixo e em Oiapoque, mas o que estamos sentindo é justamente falta de manutenção, de um projeto, de um programa de manutenção estruturado, contínuo, o que não ocorreu”, pontuou.
Para o diretor técnico da CEA, a falta desses investimentos durante tanto tempo acabou representando, hoje, prejuízos significativos para o sistema de energia elétrica. Ele hoje representa um valor significativo: “Se não há manutenção, o sistema acaba ficando totalmente comprometido, o que não aconteceria se a manutenção fosse recorrente”, analisou.
No que diz respeito à interligação do Amapá ao sistema nacional, Légio Hage declarou que, por suas próprias características, o trabalho é complexo, mesmo porque é uma atividade não rotineira, cujos reflexos são sentidos por todas as partes envolvidas no processo.
“A ligação da CEA ao sistema elétrico nacional é uma coisa muito nova para nós, não são obras de rotina, é uma ação nova e, sem qualquer dúvida, um grande desafio. Estamos desenvolvendo esse trabalho desde dezembro do ano passado, e já atingimos a fase final, com cerca de 60% de Macapá totalmente interligados. Para fazer a interligação, entretanto, é necessário desligar parte do sistema para fazer a substituição necessária. Mas, tenha certeza que dentro de muito pouco tempo os serviços serão concluídos e a população do Amapá terá uma energia elétrica mais eficiente e, o que é melhor, limpa, sem os impactos negativos da energia térmica”, previu.
O diretor técnico da CEA garantiu que com a conclusão dos serviços de interligação a população do Amapá ficará livre das oscilações e energia elétrica e apagões: “A partir da conclusão dos serviços, que de acordo com a nossa previsão correrão em agosto deste ano, o Amapá terá o benefício do suprimento contínuo e, via de consequência, não vamos mais ter problemas com a geração de energia elétrica”, tranquilizou Lélio Hage. (Elson Summer)
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