Comissão da Verdade é extinta após dois anos e sete meses de t
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) divulgou nota na qual comunicou o fim dos trabalhos do grupo, após dois anos e meio. Na semana passada, a comissão entregou à presidente Dilma Rousseff relatório final com as conclusões e recomendações da CNV sobre violações de direitos humanos durante a ditadura militar. Na nota divulgada nesta […]
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) divulgou nota na qual comunicou o fim dos trabalhos do grupo, após dois anos e meio.
Na semana passada, a comissão entregou à presidente Dilma Rousseff relatório final com as conclusões e recomendações da CNV sobre violações de direitos humanos durante a ditadura militar.
Na nota divulgada nesta terça, o coordenador da CNV, Pedro Dallari, afirmou que a extinção oficial da comissão ocorreu nesta terça e, a partir desta quarta (17), estará em funcionamento na Casa Civil um escritório administrativo, encarregado de organizar e transferir para o Arquivo Nacional o acervo documental dos trabalhos da Comissão da Verdade.
“Exatamente dois anos e sete meses após sua instalação, e tendo cumprido o mandato legal que lhe foi outorgado, a CNV encerra, assim, sua existência, com a convicção de ter empenhado seus melhores esforços em favor da sociedade brasileira”, disse Dallari na nota.
A Comissão da Verdade foi criada pela Lei 12.528/2011 e instituída em maio de 2012 por Dilma.
O colegiado foi constituído a fim de apurar as denúncias de violações de direitos humanos entre 1946 e 1988, período que abrange o regime militar.
O relatório final, com cerca de duas mil páginas, apontou 377 responsáveis por crimes durante a ditadura militar; revisou para 434 o número de mortos e desaparecidos pelo regime; e recomendou que as Forças Armadas reconheçam que houve tortura em instalações militares no regime.
Durante os últimos anos, foram colhidos 1.120 depoimentos – 132 de agentes militares –, produzidos 21 laudos periciais e realizadas 80 audiências públicas em 15 estados. No período de funcionamento da comissão, foram feitas sete diligências em Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
Na cerimônia de apresentação do relatório, ao discursar a uma plateia de integrantes da comissão e familiares de vítimas, a presidente chorou ao dizer que as pessoas devem saber a verdade sobre o que ocorreu durante o regime militar.
Após a entrega do relatório, instituições militares e reagiram e dirigiram críticas ao documento. O Clube Militar, que reúne oficiais da reserva, por exemplo, chamou de “absurdo” o relatório final e o classificou de “uma coleção de meias verdades, calúnias e mentiras inteiras, embaladas com pedaços de verdade”.
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