Cidades

Consumidores denunciam fraude na venda de água mineral

Denúncia é de que em alguns casos as distribuidoras estariam vendendo água comum como mineral


O Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) está investigando denúncias de venda de água mineral em Macapá. A questão foi levantada na manhã desta quarta-feira, 22, no programa LuizMeloEntrevista (Diário 90.9FM) pelo ouvinte Jorge Cardoso, que pediu fiscalização do Procon em Macapá, semelhante à operação que foi feita nos últimos dias em Belém, com a apreensão de milhares de garrafões água não mineral, mas que era comercializada como tal, e autuação de responsáveis pela distribuição e comercialização do produto.

Entrevistado no programa, ao vivo, por telefone, o diretor-presidente do Procon, Vicente Cruz, revelou que o órgão já está investigando o caso: “A operação deflagrada em Belém acendeu o sinal de alerta em Macapá, por causa da proliferação de pontos de distribuição e comercialização de água mineral, cujos preços, inclusive, são praticados de forma aleatória, com diferenças de preços que saltam aos olhos. Já ouvimos várias pessoas envolvidas no sistema de distribuição e comercialização da água, estamos fazendo um serviço de investigação muito rigoroso, e em breve daremos uma resposta à sociedade”, declarou.

“Se essa venda criminosa for confirmada, fatalmente resultará na instauração de inquérito policial por se tratar de crime contra a saúde pública. Observa-se que nos últimos tempos acentuou muito a venda de água em Macapá, e, já como resultado inicial do nosso trabalho de investigação constatou-se que as condições dessa comercialização não são satisfatórias. Já foram recolhidas amostras de diferentes distribuidores para aferição da qualidade dessa água vendida no estado”, pontuou Vicente Cruz.

Palavra de especialista

Sobre o assunto o Diário ouviu a doutora Aline Azevedo, coordenadora nacional de uma pesquisa sobre a venda e consumo da água mineral no país. Segundo ela a lei brasileira não proíbe o engarrafamento de águas provenientes de fontes artificiais, mas determina que as empresas que utilizam essas fontes dêem o tratamento e a mineralização adequados à água antes da comercialização. “Nesta etapa, um dos maiores perigos para o consumidor é a água mineral “pirata” – que não foi fiscalizada pelos órgãos responsáveis e pode vir de fontes contaminadas por substâncias tóxicas ou microrganismos”, diz.

Testes realizados em garrafões pela Proteste, organização não-governamental de defesa do consumidor, mostrou que embora 80% não revelassem grandes problemas, os rótulos das águas de garrafão continham informação incompleta e quantidade errada de minerais, além de não mostrarem a data de validade ou instruções para conservação. Outras marcas de água de garrafão apresentaram a bactéria Pseudomonas aeruginosa. Ela não oferece risco, a princípio, para quem está saudável de modo geral, mas o achado representa falha no processo de desinfecção.

De acordo com Aline, o armazenamento inadequado dos galões nas fábricas e estabelecimentos comerciais pode também trazer sérios riscos à saúde. Segundo ela, as altas temperaturas não são o único risco potencial. Outros itens que guardamos juntos no mesmo espaço também podem causar problemas. Muitas vezes galões podem ficar expostos ao sol, fumaça, pesticidas e outros produtos químicos que poderiam, no mínimo, afetar o cheiro e o gosto da água. “A exposição ao sol, desta maneira, altera o equilíbrio químico, especialmente se for uma água mineral da fonte. Isso não tem a ver com a garrafa, mas com os componentes que já estavam na água quando ela foi recolhida”, completa.

Embora tenha se visto um considerável aumento na procura pelos purificadores por conta dos benefícios que eles trazem para a saúde, poucos sabem, realmente, como eles são capazes de tornar a água que bebemos muito mais saudável. Os purificadores são aparelhos que conseguem matar bactérias, independentemente do sistema; eliminar impurezas, odores e o gosto de cloro.

A doutora, inclusive, diz que nos tempos atuais é muito mais saudável e econômico se apostar nos purificadores, desde que estes tenham a devida certificação que garante água livre de micróbios.

 “Se compararmos com o preço da água engarrafada, comprar um purificador de água é muito mais econômico ao longo do tempo e possui um bom custo-benefício para o consumidor”, explica concluiu.


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