Cidades

Cotas regionais da Unifap não atendem interesses da elite, atenta professor

Militantes favoráveis à bonificação regional atentam, entre outras coisas, que com mais amapaenses formados por aqui, maiores são as chances de desenvolvimento do estado; grupo busca apoio da bancada federal de parlamentares


Imagens: Fabrício Ferrari/DA

 

Douglas Lima
Editor

 

Sobre as recentes decisões que anulam a bonificação regional para alunos estudantes que desejam ingressar na Unifap, Alan Malcher, que faz parte de um grupo de pais de alunos que sonham com uma vaga na Universidade Federal do Amapá, e Daniel Santos, professor por formação e acadêmico da primeira turma de medicina composta somente por cotistas, falaram sobre a situação no programa LuizMeloEntrevista (Diário FM 90,9).

 

 

Alan informou que no Brasil, desde 2012, uma lei permite que as políticas de cotas podem ser feitas pelos conselhos universitários. “Em 2022 o Consu criou a lei que determina que 75% das vagas seriam para cota regional, pretos, pardos, indígenas e quilombolas. Os outros 25% são para ampla concorrência. Isso fortalece para que tenhamos mais alunos oriundos da rede pública. É um estímulo a mais para que eles se formem aqui, fiquem aqui, e produzam para o Amapá”, completou.

 

Alan Malcher, fonoaudiólogo e pai de um acadêmico

 

Daniel, que faz parte da primeira turma 100% cotista amapaense no curso de medicina, no qual ingressou através do Enem, atentou que a bonificação regional não atende ao interesse das elites que desejam assumir as vagas. “Muitos vêm de realidades de ensino diferentes da nossa. Eles estudam, se formam aqui, depois vão embora, deixando uma lacuna, principalmente na área da saúde”, lamentou.

 

Daniel Santos, professor na Unifap e acadêmico de medicina

 

Sobre a parte jurídica, Daniel disse que procurou a Defensoria Pública da União para entrar com embargos contra a decisão do juiz que elimina a bonificação regional, decisão que o acadêmico considera um severo abuso de poder. “Ele determina uma multa diária de R$ 50 mil, caso o reitor da Unifap descumpra. Nem tudo que um juiz profere é legal, isto é uma decisão que está fora da realidade do Amapá”, atentou.

 

Por fim, a dupla apelou à bancada de senadores e deputados federais do Amapá, em Brasília, sobre a atual situação do processo. “Precisamos desse apoio para o Amapá; é sobre a população de todo o estado, temos campus no Oiapoque, Jari, Mazagão. Não é só sobre o campus do Marco Zero”, reforçou Alan.

 


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