Cidades

Crescem casos de tuberculose; hanseníase tem queda

Um dos maiores problemas para combater a tuberculose é a falta de diagnóstico. Apenas cinco municípios do Estado realizam o procedimento.


A Coordenadoria Estadual de Vigilância em Saúde (CVS), órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), realizou na última quinta-feira, 17, uma reunião técnica de avaliação da tuberculose e da hanseníase no Amapá. O encontro serviu para apresentar os resultados e avanços no tratamento das doenças nos 16 municípios do Estado.
 
A reunião foi conduzida pelo Programa Estadual da Tuberculose e Hanseníase da CVS e contou com a presença de vários gestores da saúde de municípios de todo o Estado. “Melhoramos muito em relação à cura e diminuição do abandono ao tratamento. Alguns municípios cumpriram com a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, já outros não, e é isso o queremos melhorar”, afirmou Karla Matos, uma das técnicas responsáveis pelo Programa Estadual da Tuberculose e Hanseníase.
 
No que se refere à tuberculose, houve um aumento de casos novos, de 162 em 2013, para 172 em 2014. Já em 2015, esse número subiu para 182 casos. Karla informou que os dados de 2015 ainda não foram finalizados porque ainda há pessoas em tratamento e que apesar do aumento nos números, em comparação ao restante do país, a incidência no Estado é baixa.
 
Em 2014, quatro pessoas morreram em decorrência da tuberculose, três ano passado e uma em 2016. Moradores de rua, encarcerados, pessoas com HIV/Aids e indígenas estão mais propícios a contrair a doença.
 
Segundo Karla, um dos grandes desafios no tratamento à tuberculose no Estado é a falta de diagnóstico. “Apenas Macapá, Santana, Calçoene, Laranjal do Jari e Oiapoque realizam o exame de escarro ou de baciloscopia. Muitos alegam falta de estrutura e de pessoal capacitado, mas o laboratório para detectar a doença não requer uma estrutura complexa, basta uma sala com ventilação natural, um microscópio e uma bancada. Os reagentes usados nos exames o Estado fornece”, explicou.
 
Foram apresentados também os números da hanseníase no Amapá, que acompanharam a diminuição de casos ocorrida em todo Brasil. Em 2014 foram 124 novos casos, contra 110 registrados no ano passado.
 
A hanseníase, apesar de não matar, pode deixa sequelas graves, como atrofiamento dos membros. Sua transmissão acontece do mesmo jeito da tuberculose, por vias aéreas, boca e nariz, através de espirros ou tosses. “A eficácia do nosso tratamento é de 100%, mas o que estamos pedindo aos municípios é que realizem mais diagnósticos, pois sabemos que esse número é bem maior”, explicou Rozangela Gurjão, que responde pela parte de hanseníase do programa da CVS.
 
Assim como a tuberculose, a maioria dos diagnósticos para a detecção da hanseníase ainda é centralizada em Macapá. Os exames são realizados no Centro de Referência em Doenças Tropicais (CRDT). “Mesmo sendo competência dos municípios, poucos realizam o diagnóstico. A maioria dos casos é diagnosticada em Macapá e depois o tratamento é feito nas unidades básicas dos municípios”, disse Rozangela.
 
Os gestores dos municípios presentes na reunião acharam proveitoso e de grande importância o encontro. “Esse evento serviu para alinharmos e ficamos sabendo qual a realidade das doenças em todo o Estado. Saber onde podemos melhorar e o percentual de tratamento na nossa cidade. Dessa forma, poderemos trabalhar melhor em nosso município”, afirmou Alessandro Lobato, diretor de vigilância epidemiológica de Porto Grande.


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