Cidades

Crise econômica afeta até mesmo o cafezinho de beira de rua

Vendedora de café da manhã em frente ao Iapen, Maria Célia diz que vendas caíram 40% nas últimas semanas


Trabalhadora informal, mãe de oito filhos, viúva há três anos, a vendedora ambulante Maria Célia Matos, ‘Celinha’, como é conhecida, também sente os efeitos negativos da recessão econômica do país. Sem revelar quanto ganha diariamente com a venda do tradicional cafezinho da manhã, além de lanches e guloseimas, a trabalhadora diz que as vendas caíram cerca de 40% nas últimas semanas.

“É a crise mesmo, o povo não tem dinheiro nem para o café. Tive que baixar o valor de R$ 2 do pão com café e leite para R$ 1,50. Porque a maioria das pessoas que compram aqui comigo muitas vezes vem quase só com o dinheiro do ônibus. Tenho que fazer a minha parte também, apesar de ter um lucro menor ainda”, disse de forma consciente a ambulante.

Célia Matos vende café em frente ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Com o período chuvoso, ela improvisou uma lona que é presa às grades do muro em frente à penitenciária e suportado por pedaços de madeira. “Não tenho nem como comprar uma tenda daquelas nesse momento. Se eu ganhasse uma seria uma glória”, disse sorridente e esperançosa da ajuda a trabalhadora.

Além de ter sofrido redução nos lucros, Celinha ainda tem que pagar R$ 25,00 com transporte de seus produtos e materiais de trabalho. “Moro no Marabaixo 4 e para chegar aqui na penitenciária pago esse valor todos os dias de venda. É a vida”, diz.
A mulher que acordas todos os dias às 4h da madrugada, trabalha às terças e quartas-feiras, sábados e domingos, dias de visita na penitenciária estadual. Mesmo com tantas dificuldades, Celinha não perde o sorrido. “Pra que chorar, se o sol já vai raiar, e o dia vai amanhecer”, canta em verso e prosa a trabalhadora a música da cantora Mat’nália, tema atual de novela.

Reportagem e foto: Costa Filho
Texto: Elden Carlos


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