Cunha debate sobre impostos de ‘falta de inteligência inominável’
Setores do governo têm ventilado propostas para equilibrar o Orçamento
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o governo está “se autodestruindo” e faz “o mal aos poucos” ao sinalizar, sem dar nenhuma indicação concreta, que poderá aumentar impostos para conter a crise financeira.
Nas últimas semanas, diferentes setores do governo defenderam propostas diversas, como a volta da CPMF e o aumento do Imposto de Renda ou Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – que é um tributo cobrado sobre a venda de combustíveis –, mas nenhuma foi encampada oficialmente pelo Palácio do Planalto.
No fim de agosto, o Executivo enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 com déficit de R$ 30,5 bilhões.
A medida teve repercussão negativa no mercado financeiro e, desde então, o governo tem buscado soluções, que tem batido de frente com o Congresso, que tende a reprovar propostas que elevem tributos. Cunha já disse que cabe ao governo indicar onde poderá cortar gastos.
“Acho que é uma estratégia de desgaste do governo. Eles [governo] estão se autodestruindo, porque você está fazendo Maquiavel ao contrário, está fazendo o mal aos poucos e o que é pior: sem concretizá-lo. Você ameaça o mal. Então, é de uma falta de inteligência inominável. Só pode ser uma estratégia contra o governo. Se isso é uma estratégia de lançar balão de ensaio, é contra ele mesmo”, afirmou Cunha.
O presidente da Câmara acrescentou ainda ser contra “qualquer aumento de imposto” e ponderou que a medida deverá gerar mais inflação. “Cobrar mais imposto para financiar isso [a máquina pública], a sociedade não vai aceitar pagar. Seja através do imposto de renda, da CPMF, até no aumento na Cide. É equivocado, vai gerar inflação, vai ter problemas até nos ônibus urbanos com aumento de passagem. A saída passa para o governo dar uma enxugada no Orçamento e cortar despesa.”
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