Cidades

Defesa Civil corrigir cadastro das vítimas de inundação

Moradores reclamam que muitas famílias não foram incluídas no levantamento


O juiz Luiz Carlos Kopes determinou à Defesa Civil que no prazo de 24 horas corrija erros e apresente cronograma do início e conclusão do trabalho de revisão do cadastro das vítimas da enchente em Ferreira Gomes, ocorrida no dia 7 de maio deste ano. A decisão ocorreu durante audiência pública realizada no Fórum da Comarca com o objetivo discutir com a população as ações de indenização e os prejuízos sofridos em decorrência do sinistro.

De acordo com o relato dos moradores, a Defesa Civil não procedeu de forma correta com as vistorias e cadastramentos após a catástrofe na região, o que resultou em diversos prejuízos aos cidadãos, que já vêm sofrendo com a perda de seus bens e suas áreas de produção agrícola. Cerca de 518 famílias foram cadastradas, mas os moradores relataram que existem aproximadamente 454 famílias que estão fora, além de áreas que não foram se quer vistoriadas. E ainda, agricultores e trabalhadores que perderam seus bens não foram incluídos no cadastro.

De acordo com Valdirene, representante do Distrito de Paredão, a Defesa Civil fez apenas o cadastro das famílias que perderam suas residências, além de não dar atenção adequada aos munícipes, como agricultores, ribeirinhos, quilombolas, dentre outros, que perderam seus materiais de trabalho.

“A Defesa Civil não fez o cadastramento de todas as famílias afetadas, assim como certas áreas que não foram visitadas. Não é de hoje que essas empresas se instalam em nosso município trazendo prejuízos, enquanto nossas autoridades não fazem nada. Nossas canoas e embarcações foram levadas pela enchente, era única forma que tínhamos de sustento de nossas famílias. O que irá acontecer com as pessoas que perderam seus bens? temos o direito de sermos indenizados também, pois estamos até hoje sem nosso material de trabalho. O que queremos de fato é ser respeitados como cidadãos que pagam seus impostos”, relatou Valdirene, emocionada.

Esses e outros motivos foram determinantes para a justiça realizar a audiência pública no município, que contou com a presença da comunidade e de várias autoridades, dentre elas, a deputada estadual Cristina Almeida (PSB) que representou o Legislativo Estadual e a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Amapá.

“Estaremos cumprindo com nosso papel de órgão fiscalizador, pois temos o dever de garantir que esses trabalhadores que tiveram qualquer tipo de prejuízos com a enchente, sejam ressarcidos e compensados pelos danos. É dever do Estado acolher essas famílias garantindo que seus direitos sejam respeitados”, lembrou a socialista.


Deixe seu comentário


Publicidade