Cidades

Embrapa contribui com dados agropecuários e territoriais para o ZEE do Amapá

Chefe-Geral da Embrapa, Claudio Carvalho, destaca em Audiência Pública para  lançamento do ZEE do Estado do Amapá a contribuição da entidade


 

Cleber Barbosa
Da Redação

 

O recém-concluído Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Amapá (ZEE-AP), elaborado na escala de 1:250.000 com os 16 municípios do estado mapeados, contou com a contribuição de equipes da Embrapa Amapá, Embrapa Amazônia Oriental (Núcleo Santarém) e Embrapa Territorial. O projeto passou pelas fases de planejamento, diagnóstico e prognóstico/integração, e no momento o governo estadual elabora o projeto de lei da fase de implementação, a ser votado pela Assembleia Legislativa do Amapá.

 

Resultado de um trabalho coletivo, com cerca de 130 especialistas de várias instituições, parte dos 101 mapas e dos 25 relatórios contempla também dados e informações compilados por pesquisadores e analistas da Embrapa, sobre solos e aptidão agrícola, perfil socioeconômico, malha administrativa, estrutura fundiária e recursos hídricos superficiais, aquicultura e populações tradicionais.

 

O zoneamento vai ordenar oficialmente o território do Amapá, contemplando os aspectos econômicos, sociais e ambientais. É um instrumento que visa conciliar a conservação ambiental com o uso racional dos recursos naturais e o desenvolvimento socioeconômico, demanda de alto impacto para o estado que possui 71% de terras protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas) e 29% de terras não-predestinadas, regidas pelo Código Florestal e pela lei estadual do ordenamento territorial.

 

Quanto às áreas predestinadas, o ZEE aponta que seu uso deve seguir os planos de manejo e de vida, respectivamente. Apresenta as potencialidades, fragilidades e conflitos, e também faz recomendações, demonstrando que é possível as populações destas áreas exercerem diversas atividades produtivas, inclusive geradoras de renda, que não causem impactos ambientais, como o uso de créditos de carbono e o fomento à bioeconomia, entre outros benefícios.

 

O chefe-geral da Embrapa Amapá, Antonio Claudio Almeida de Carvalho, que contribuiu nas quatro audiências públicas do relatório sintético do ZEE-AP e participou da equipe do diagnóstico socioeconômico, destacou que se trata de um marco importante para os trabalhos em PD&I voltados à agropecuária e à atividade florestal do estado.

 

Durante a audiência realizada no Vale do Jari, no sul do estado, Carvalho destacou as peculiaridades desta região, que concentra grandes áreas de florestas nativas de valor madeireiro. No entanto, ainda é desproporcional o uso sustentável para fins socioeconômicos. “Poderíamos ter fábricas de móveis nesta região, e bem-estruturadas. Atualmente no Maracá (distrito do município de Mazagão, vizinho a Laranjal) já temos madeireira legalizada, exportando a madeira processada, já é um bom começo. Mas precisamos fabricar os subprodutos da madeira de alto valor agregado no estado, incluindo as bases do manejo sustentável”, observou.

 

 

Coordenação técnica

Coordenados pelo Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), os trabalhos do ZEE contaram ainda com o pesquisador Nagib Melém, da Embrapa Amapá, nas comissões coordenadora e executora, na fase do planejamento e no tema solos e aptidão agrícola. “O relatório final resulta da integração dos mapas das unidades ambientais naturais com as unidades socioeconômicas, identificadas na fase de diagnóstico, dando origem a um ZEE espacializado em três zonas e suas respectivas subzonas. Na Zona 1 temos as Terras de Florestas em Domínio de Terra Firme; na Zona 2, as Terras de Savanas (cerrado amapaense); e na Zona 3 estão as Terras Costeiras e Ribeirinhas”, assinalou Melém. Ele destacou que, para cada zona e subzona, foram definidas diretrizes de acordo com a potencialidade, fragilidade, conflitos, limitações, e as recomendações com base nas condições socioeconômicas, ambientais e legais de cada território.

 


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