Era ‘impossível’ identificar corrupção na Petrobras, diz Gabri
Atos eram praticados por ‘agentes individuais’.
O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli afirmou em depoimento à CPI da Câmara dos Deputados que investiga a estatal, que era “impossível” detectar atos de corrupção dentro da empresa. Segundo ele, as negociações de propina eram feitas por “um ou outro” funcionário com representantes de construtoras, e não tinham relação com os “processos internos” da Petrobras.
“É impossível se identificar esse tipo de comportamento internamente. Isso é um caso de polícia e, como tal, vai ser descoberto por investigação policial que vem de outras fontes, como é o caso da Operação Lava Jato, que começa por investigações sobre utilização de dinheiro ilícito. Portanto, é impossível se pensar que era possível identificar na Petrobras, no funcionamento normal da empresa, esse tipo de comportamento”, afirmou.
Gabrielli presidiu a Petrobras entre 2005 e 2010, durante o governo de Lula (PT). De acordo com delatores, o esquema de pagamento de propina por empresas que mantinham contratos com a estatal operou principalmente entre 2003 e 2012.
Durante o depoimento, Gabrielli negou que exista “corrupção sistêmica na Petrobras”, como defendido por delatores do esquema. “Isso não significa que não há corrupção na Petrobras. Mas a corrupção na Petrobras é individualizada. Não concordo com a ideia de tentar vincular a corrupção de alguns com uma corrupção geral da Petrobras”, disse.
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