Erosão ameaça novas casas no Aturiá
Mais de duzentas famílias já deixaram a área de risco. Conjunto habitacional e muro de arrimo estão com obras paradas
A chegada do período de chuvas fortes, que promete ser rigoroso, assusta os moradores que ainda estão na faixa de terra ao longo do Aturiá, no bairro Araxá, e que vêm sofrendo com a erosão que avança de forma desenfreada. Segundo eles, nos últimos três anos, mais de 70 casas erguidas à beira do rio Amazonas foram destruídas pela força da maré alta. A solução encontrada para solucionar o problema foi a construção de um muro de arrimo, mas a obra começou e foi paralisada por uma série de situações.Orçado em mais de R$ 12 milhões, o projeto prevê a construção de 1.070 metros de muro.
As obras começaram no segundo semestre de 2013. A previsão inicial era de que os trabalhos da primeira fase fossem concluídos em outubro do ano passado, mas a empresa responsável pela execução do projeto abandonou o canteiro de obras, sobretudo por falta de pagamento.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Palácio do Setentrião, nessa quinta-feira, 8, e a resposta foi de que o novo secretário estadual de infra-estrutura, André Rocha, já estava dialogando com a empresa para renegociar a dívida e retomar os trabalhos. A Seinf deve anunciar nos próximos dias o novo cronograma de obras do muro de arrimo.
ImpactoO atraso na construção do muro de arrimo do Aturiá causa um impacto ambiental e social na região. Mais de duas dezenas de famílias tiveram que deixar a área por causa da erosão causada pelo rio Amazonas. A morte de uma pessoa, que recebeu descarga elétrica por causa da queda de um poste, estaria ligada ao problema. Segundo os moradores, o poste caiu depois que a faixa de terra onde a pessoa estava cedeu com a força da maré.
“Hoje temos cerca de duzentas famílias que foram retiradas daquela área com a promessa de serem remanejadas para o conjunto Aturiá, mas as obras estão paradas há vários meses. Enquanto esperávamos, foi-nos concedido aluguel social por parte do estado, mas há três meses o recurso não é repassado. Com isso, os donos dos imóveis estão pedindo as casas e apartamentos, e com razão. E agora? Para onde vamos?” Questiona o morador Francisco Silva, 47 anos.
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