Cidades

Festas juninas: fogos de artifício são perigo para audição

Barulho causado pelo estouro de fogos e rojões pode gerar danos irreversíveis à saúde auditiva



 

Tradicionais nas épocas de festas juninas, os fogos de artifício, rojões e bombas – artefatos barulhentos que ajudam a animar os festejos – também são um perigo para os ouvidos e podem causar danos irreversíveis à audição.

Além dos riscos com a manipulação incorreta dos fogos, o som muito forte produzido por alguns deles pode acarretar uma perda auditiva severa, um trauma acústico com perda de audição uni ou bilateral, temporária ou – nos casos mais graves – irreversível.

Geralmente a perda de audição é unilateral (em um único ouvido) e se inicia com o aparecimento imediato de zumbido, problema que afeta cerca de 28 milhões de pessoas em todo o mundo.

“O grande problema é a intensidade do barulho dos fogos, em especial do rojão. Em caso de exposição a um impacto sonoro muito forte, o mais indicado é procurar um médico otorrinolaringologista, para avaliar se o dano auditivo causado pelos fogos é temporário ou irreversível”, esclarece a fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas.

A perda auditiva acontece porque o estrondo dos fogos, principalmente dos rojões, é inesperado. O forte ruído, que pode chegar a uma intensidade de 140 decibéis, percorre todo o ouvido de forma rápida, atingindo as células da cóclea. Para se ter uma ideia do quão forte é esse barulho, um avião durante a decolagem produz um som de 130 decibéis.

Para evitar que o ouvido seja afetado, o ideal é manter-se distante do local da queima de fogos. Em meio a festa, no entanto, se for inevitável ficar próximo aos fogos, Isabela Carvalho, que é especialista em audiologia, aconselha o uso de protetores de ouvido.

“Se a pessoa estiver nestas áreas, é importante que se afaste o máximo possível ou use protetores de ouvido, conhecidos como atenuadores. Eles reduzem o volume excessivo, mas quem usa não deixa de ouvir o som ambiente. Dessa forma, é possível continuar aproveitando a festa, de forma segura”, recomenda.

Estima-se que 10% da população mundial têm algum grau de perda auditiva. O envelhecimento é um fator natural que reduz o limiar auditivo progressivamente. As células do ouvido envelhecem, morrem e não há reposição. Mas, pior do que isso, é a perda de audição que vem ocorrendo, cada vez mais cedo, por causa da exposição contínua a sons elevados, como o dos rojões, por exemplo.


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