Cidades

Fiscalização vai impedir saída de frutas contaminadas

A partir da próxima semana, passageiros que deixarem o Estado pelo Aeroporto Internacional de Macapá Alberto Alcolumbre terão que passar por uma rigorosa fiscalização dos órgãos de defesa agropecuária do Estado.


O novo procedimento visa impedir que frutas contaminadas pela mosca da carambola saiam do Amapá. A fiscalização, que será feita por agentes da Agência Estadual de Defesa e Inspeção Agropecuária (Diagro) e pela Superintendência Federal de Agricultura (SFA) no Amapá, ganhou o auxílio de uma nova ferramenta. Um scanner de alta tecnologia já foi instalado no salão de embarque para identificar alimentos de origem animal e vegetal em malas, isopores, caixas e outros tipos de bagagens.
 
De acordo com o diretor presidente da Diagro, Otacílio Barbosa, a partir de agora os passageiros terão que passar por duas fiscalizações eletrônicas: o scanner da defesa agropecuária, e o Raio-x usado pela Receita e Polícia Federal – programado para identificar armas, drogas, dinheiro, e objetos que possam colocar em risco a segurança do voo.
 
Os viajantes passarão, obrigatoriamente, pela inspeção da Diagro e da SFA antes do despacho de bagagem ou check-in no aeroporto. “Inicialmente vamos fazer uma fiscalização por amostragem. Isto significa que um em cada cinco passageiros será escolhido para submeter toda a sua bagagem à fiscalização. Os isopores, que quase sempre são usados para transportar alimentos, serão todos averiguados no aparelho”, informou Barbosa. Segundo ele, quando o efetivo de fiscais for aumentado, os pertences de todos os passageiros serão scanneados.
 
Até a metade da próxima semana, o procedimento estará em fase de teste. Funcionários da Diagro e SFA iniciaram na manhã desta quinta-feira, 28, o treinamento para operar o novo equipamento.
 
O chefe da Divisão de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos De Carli, que ministra o treinamento dos fiscais, destacou a importância da contenção da mosca da carambola no Amapá para que ações de erradicação da praga sejam mais efetivas. “Não podemos deixar que frutas infectadas pela mosca cheguem até outro Estado, pois essa praga poderia quebrar a fruticultura nacional e as consequências econômicas seriam desastrosas”, reforçou De Carli.
 
Ele informou que as espécies hospedeiras mais atacadas pela peste, e que serão alvo da fiscalização, são: goiaba, jambo, laranja, manga, carambola, acerola, amendoeira, abiu, caju, fruta pão, tangerina, taperebá, jaca, maçaranduba, bacupari, pimenta, tomate e limão cayena. “Se uma destes vegetais for encontrado, ficará retido”, avisou De Carli.
 
Segundo o diretor da Diagro, produtos comumente levados pelos viajantes como farinha, açaí (congelado) e poupas congeladas de qualquer fruta estão liberados. Também é permitido o transporte de graviola, cupuaçu e banana.
 
Os técnicos também farão uma campanha educativa junto aos passageiros com a distribuição de folders que informam sobre a praga e como a população pode ajudar no combate à mosca das frutas.
 
A praga
Segundo De Carli, a mosca das frutas se espalhou pelo Amapá em 1996, depois de percorrer um longo caminho do seu local de origem, na Malásia e Indonésia, até o continente americano. Frutas infectadas teriam chegado ao Suriname (território holandês) ainda na década de 70. Nos anos seguintes se alastrou pela Guiana Francesa.
 
Já no final da década de 80 e início dos anos 1990 entrou no território amapaense pelo município de Oiapoque, na fronteira ao norte com o território ultramarino francês.
 
A mosca da carambola pode infestar rapidamente cultivos de frutas, que figuram como hospedeiras no ciclo reprodutivo da praga. A larva colocada pela mosca penetra no fruto e consome seu interior até destruí-lo por completo.

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